Nos dias 2 e 3 de novembro de 2019, o programa Manhã com Bach, da Rádio USP (93,7 MHz), apresentou a cantata fúnebre Laß Füerstin, laß noch einen Strahl, “Deixa, Princesa, deixa ainda um brilho” (BWV 198). O programa exibiu também a Sonata para Violino e Cravo em Lá Maior (BWV 1015).
Ouça nos links acima a íntegra do programa.
Manhã com Bach vai ar pela Rádio USP sempre aos sábados, às 9 horas, com reapresentação no domingo, também às 9 horas, inclusive via internet, no endereço www.jornal.usp.br/radio.
Cantata em homenagem à princesa da Saxônia e rainha da Polônia
A cantata Laß Füerstin, laß noch einen Strahl, “Deixa, Princesa, deixa ainda um brilho” (BWV 198), foi encomendada pela Universidade de Leipzig em homenagem à rainha Christiane Eberhardine, Princesa Eleitora da Saxônia e Rainha da Polônia.
Christiane era muito popular na Saxônia – onde o protestantismo fora implantado pelo próprio reformador Martin Lutero -, porque ela se recusara a se converter ao catolicismo. O seu marido, o rei Augusto, tinha deixado o protestantismo e adotado o catolicismo para poder assumir o trono da Polônia. Mesmo sob a pressão do marido para que também se tornasse católica, Christiane permaneceu protestante e não foi à cerimônia que empossou o rei Augusto como rei da Polônia. Por isso, ela recebeu o título de “Bastião da Saxônia” e passou a ser profundamente admirada e celebrada pelos habitantes da Saxônia.
Quando ela morreu, no dia 4 de setembro de 1727, a Universidade de Leipzig resolveu prestar homenagens à rainha. Para essa ocasião, a Universidade encomendou a Bach uma cantata, que foi apresentada pela primeira vez no dia 17 de outubro de 1727, em Leipzig.
Com letra do poeta alemão Johann Christoph Gottsched (1700-1766), a cantata expressa o lamento de toda a Saxônia pela morte de Christiane, exalta o caráter e as qualidades da rainha e reflete com tristeza sobre a falta que ela fará.
A versão da cantata apresentada em Manhã com Bach teve a interpretação do Coro e Orquestra da J. S. Bach Foundation, da Suíça, sob regência de Rudolf Lutz.