Quais são os riscos da cultura do cancelamento para a ciência

Cientistas devem se pautar pela validação de hipóteses por meio de evidência, sem tentar silenciamento de ideias

 29/07/2020 - Publicado há 4 anos

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Um tema altamente controvertido nos dias de hoje – a chamada cultura do cancelamento – é o assunto da coluna do físico Paulo Nussenzveig. “Considero o tópico muito relevante para a comunidade acadêmica”, afirma. “Em ciência, prezamos a possibilidade de podermos levantar toda e qualquer hipótese e investigar sua validade diante de evidências.”

“Só fazemos ressalva a pesquisas que envolvem seres vivos e, especialmente, seres humanos: essas devem ser aprovadas por comitês de ética específicos para garantir que não causarão mal”, enfatiza o físico. “Há alguns riscos que decorrem de um policiamento excessivo das opiniões, que pode levar à censura ou autocensura de pesquisadores, que evitariam certos tópicos por receio das reações.”

Nussenzveig menciona o artigo Uma carta sobre justiça e debate aberto, publicado na Harper’s Magazine, em que os autores criticam o “iliberalismo” que, além de ideologias de extrema-direita, estaria “contaminando aqueles que se opõem a injustiças históricas”. “No artigo da Harper’s, os autores escrevem que a maneira de derrotar más ideias é por sua exposição, através de argumentos e persuasão, e não por tentar silenciá-las. Em ciência, considero isso crucial”, destaca.

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Ciência e Cientistas
A coluna Ciência e Cientistas, com o professor Paulo Nussenzveig, no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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