Os protestos ocorridos no último domingo (31) em capitais brasileiras como São Paulo e Curitiba são — para André Singer — o começo de uma movimentação que, caso ganhe adesão, “pode ajudar a conter a marcha autoritária que está em curso no Brasil”. Além dessas manifestações pró-democracia, em sua coluna de hoje (4), o professor comenta os protestos que vêm tomando as ruas norte-americanas.
Os atos antirracistas e antifascistas ocorridos nos Estados Unidos em rechaço à morte de George Floyd chegaram ao Brasil no último final de semana. De acordo com Singer, devido às redes sociais e ao compartilhamento rápido de informação, a tendência é que os protestos norte-americanos se reproduzam em outros lugares do mundo. Contudo, no Brasil, “eles acabam se confundindo com uma energia represada em torno de manifestações contra o governo e pró-democracia”.
A relevância de tais protestos é dependente da quantidade de setores sociais agregados, ou seja, da parcela da população que vai para as ruas. Se antes, visto a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) por isolamento social, as movimentações eram limitadas, agora, com o relaxamento de algumas quarentenas, elas podem ganhar força, também como reflexo das ações ocorridas nos EUA.
“Nós temos o plano institucional, que envolve os três Poderes, as instituições, mas também há o plano da sociedade, que também influencia as decisões do Estado. Se protestos têm boa adesão, isso gera algum efeito institucional”, completa André Singer.
Ouça na íntegra no link acima.
Poder e Contrapoder
A coluna Poder e Contrapoder, com o professor André Singer, no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
.