Na coluna Bibliomania desta semana, a professora Marisa Midori apresenta o novo título de Robert Darnton, Pirataria e Publicação – O Comércio do Livro na Era do Iluminismo, pela Editora Unesp.
“Para quem acompanha a produção de Robert Darnton, não será objeto de grande surpresa o fato de o autor se voltar para a economia do livro no século das Luzes. Também, por ele se dedicar tanto à produção dos pensadores consagrados, em especial, aqueles que compuseram o projeto da Encyclopédie, de Diderot e D’Alembert, quanto àqueles que circulavam no submundo da edição francesa”, informa a professora, e questiona: “E o que eles tinham em comum? O fato de terem sido censurados e pirateados, o que demonstra a importância do tema abordado nesse livro”.
Como lembra a professora, “a pirataria de livros existe, afinal de contas, desde que Gutenberg acelerou o ritmo da história ao criar um processo de reprodução mecânica do texto, substituindo, portanto, a produção morosa dos códices manuscritos pela dos códices ou livros impressos tipograficamente. Impressos e ilustrados, porque a xilogravura e, depois, as gravuras em metal, logo entraram em cena, contribuindo também para a reprodução de imagens”.
Mas como foi possível encontrar documentação histórica sobre uma prática proibida? “É aqui que entra o gênio do historiador. Dois autores estimulam sua pesquisa: Max Weber, ao identificar a prática da pirataria dentro do conceito de ‘capitalismo de pilhagem’ […] ‘cujo caráter não foi totalmente compreendido porque suas operações não foram estudadas de perto, devido à falta de fontes’; e Balzac, pois Ilusões Perdidas ‘capturam a corrida por prestígio e lucro entre as pessoas do comércio de livros no início do século 19’”, responde Marisa.
Bibliomania
A coluna Bibliomania, com a professora Marisa Midori, vai ao ar quinzenalmente, sexta-feira às 9h00, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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