Pensar em ferramentas tecnológicas duráveis é essencial para o desenvolvimento sustentável

Os estudos acadêmicos têm se revelado como mecanismos essenciais para o desenvolvimento do setor de pavimentação nacional, como bem demonstram projetos da parceria entre a Poli e a Votorantim Cimentos

 25/08/2023 - Publicado há 11 meses
Os estudos acadêmicos revelam-se como mecanismos essenciais para o desenvolvimento do setor de pavimentação nacional – Foto: annawaldl via Pixabay

 

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A Escola Politécnica (Poli) da USP e a empresa Votorantim Cimentos promoveram um fórum sobre inovações em concretos para pavimentação. O evento destaca a importância dos estudos acadêmicos para o desenvolvimento de tecnologias no futuro da engenharia.

José Tadeu Balbo, professor de Infraestrutura de Transportes da Escola Politécnica da USP, reflete sobre a importância do desenvolvimento desses equipamentos para a construção da infraestrutura dos centros urbanos, como rodovias e túneis, de maneira mais sustentável. “Quando a gente fala em infraestrutura sustentável, principalmente na área de pavimentação, nós precisamos ter como primeira meta infraestruturas muito duráveis, já que, nesse caso, sustentabilidade significa baixo nível de manutenção”, comenta. 

Estudos acadêmicos

Lidiane Blank – Foto: Arquivo Pessoal

Dessa forma, os estudos acadêmicos revelam-se como mecanismos essenciais para o desenvolvimento do setor de pavimentação nacional. Lidiane Blank, engenheira e gerente de Novos Negócios de Infraestrutura da Votorantim, explica que a parceria entre as instituições acontece há um certo tempo, uma vez que a empresa contou com oportunidades de trabalhar no desenvolvimento de pesquisas. “O desenvolvimento sustentável da infraestrutura passa pelo desenvolvimento do estudo acadêmico aplicado à engenharia de pavimentos”, descreve Lidiane. Assim, as pesquisas contribuirão na busca por respostas para algumas questões que são fundamentais para esse setor. 

O professor Balbo explica que já existem dois projetos — que apresentam conexões entre si — que foram realizados nesse sentido. O primeiro foi o projeto na Raia Olímpica, em que foram construídos 200 metros de pavimento nunca antes utilizado no País. Segundo o especialista, esse concreto é, ainda hoje, o mais durável do mundo, sendo possível observar rodovias interestaduais americanas que contam com uma durabilidade do material de mais de 50 anos.

Pista da raia olímpica – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

 

José Tadeu Balbo – Foto: Poli-USP

No caso da raia, alguns materiais agregados também foram utilizados como forma de reaproveitamento de insumos que não seriam mais utilizados. A nova parceria tem como principal objetivo trabalhar com casos de estruturas urbanas que pretendem apresentar maior durabilidade. “Isso acontece porque a interferência no meio urbano é sempre complexa, passando por problemas como congestionamento, trânsito, ruídos e poluição”, indica o professor.  

Por esse motivo, o projeto tem como objetivo desenvolver um concreto que conte com uma resistência ao menos duas vezes superior ao concreto tradicional. Além disso, é a primeira vez que uma pesquisa desenvolve um concreto autonivelante, o que contribui com a diminuição da mão de obra e aumenta a velocidade da construção.  

Participações 

Lidiane Blank analisa ainda que é fundamental unir toda a cadeia da estrutura rodoviária para a compreensão dos desafios que envolvem esse processo, com a participação de profissionais, de técnicos, da indústria e de agências reguladoras, por exemplo. Além disso, há a oportunidade de criar no Brasil soluções inéditas que podem ser exportadas para outros países. 

“Todos esses desenvolvimentos voltam para o mercado no momento adequado, com as respostas adequadas e fundamentados cientificamente”, adiciona Lidiane. Por fim, a participação estatal e a regulamentação também parecem ser importantes para a adequação desses sistemas.


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