O micro-ondas e as limitações da tecnologia

A “bronca” de Luli Radfahrer é constatar que, em que pese toda a tecnologia a seu favor, o micro-ondas é usado hoje como se fosse um forno comum, ou seja, servindo apenas para esquentar ou descongelar refeições

 28/04/2023 - Publicado há 1 ano

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O aparelho de micro-ondas é o tema desta edição da coluna do professor Luli Radfahrer. Ele se surpreende com o fato de o micro-ondas, apesar de toda a tecnologia empregada em sua fabricação, ser utilizado somente para esquentar ou descongelar comida, embora seja capaz de fazer coisas muito mais sofisticadas. Para Radfahrer, o aparelho é mais um exemplo a ilustrar as limitações da tecnologia. “Tem aquele botão pipoca, e o mais divertido é que ele tem outros cinco que você não faz a menor ideia do que são, porque você nunca usou, a maior parte das pessoas só usa o + 30 segundos ali, + 30, + 30 , + 30 para conseguir o tempo; isso não era para ser, era para ele ser uma máquina muito mais desenvolvida, afinal de contas, aquilo ali não é um forno, aquilo ali é uma máquina de emissão de energia eletromagnética que esquenta a água lá dentro, então aquilo  é muito mais controlável do que um forno elétrico, eu posso ter pulsos de energia, eu posso ter variações enormes de energia, posso fazer coisas supersofisticadas.”
Ainda de acordo com o colunista, o problema é que, durante muito tempo, “existia uma ideia de que a máquina é soberana e o indivíduo vai aprender a pensar com a máquina. Desde que surgiram os smartphones e os computadores estão ficando mais amigáveis, agora a gente quer que a máquina se adapte à gente, não faz sentido”. Por sorte, hoje existe a ideia da internet das coisas, que “poderia tornar a coisa muito mais legal, porque, primeiro, eu posso interpretar uma série de tecnologias e tornar a vida do indivíduo mais fácil; hoje, só complica […] mas, daqui a pouco, eu posso ter coisas muito mais legais, imagina que eu coloco um produto dentro do micro-ondas e o micro-ondas sabe que aquilo é um frango congelado e ele vai descongelar de acordo com o peso daquele micro-ondas, é superfácil fazer isso”. Para Radfahrer, tudo se resume à ideia estúpida de ter botões fixos na máquina, quando poderiam estar definidos no telefone ou em um assistente de voz.

Datacracia
A coluna Datacracia, com o professor Luli Radfahrer, vai ao ar quinzenalmente, sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP Jornal da USP e TV USP.

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