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O que tem se notado nas últimas semanas é um aumento sensível das tensões internacionais que pode ser diagnosticado pelo fato de que os Estados Unidos classificam a Rússia como uma ameaça imediata e a China como a ameaça mediata, ou seja, com ameaça que se localiza num tempo um pouco mais distante, mas é ainda mais perigosa, argumenta o professor Alberto do Amaral.

De acordo com o colunista, os Estados Unidos assim procedem porque as ambições russas em relação à Ucrânia, e uma eventual reconstrução do império soviético, dizem respeito a soberanias nacionais por parte do governo russo, marcam uma escalada de tensões que se iniciou na guerra da Ucrânia, que inclusive passou para um novo patamar recentemente: os atentados em território russo nas últimas semanas mostraram isso com muita clareza.

A participação da Ucrânia em supostas tentativas de atentados a Belarus também é uma outra forma de escalar o conflito e de internacionalizá-lo ainda mais.

Mas há um outro episódio importante que acontece nesta semana, que é a realização do congresso do Partido Comunista Chinês, que se realiza de cinco em cinco anos e deverá indicar para o terceiro mandato Xi Jinping, que já ocupou dois mandatos. Havia uma tradição na China de que os líderes ocupassem apenas dois mandatos presidenciais, mas ele deve ser conduzindo ao seu terceiro mandato.

Xi Jinping tem características diferentes dos seus antecessores na liderança chinesa. Ele teve uma atitude muito mais ostensiva com relação ao culto à personalidade, algo que foi praticado durante o governo Mao Tsé-Tung, um dos grandes líderes do Partido Comunista Chinês. Além disso, Xi Jinping baseou uma política de crescimento tecnológico para contrastar com os Estados Unidos e tem uma preocupação com a integridade territorial da China.

E o seu discurso no congresso do Partido Comunista deixou muito claro o fato de que Taiwan é uma questão absolutamente central para a China e que a China não medirá esforços para integrar Taiwan ao território chinês em uma ação militar.

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