Exposição na Biblioteca Ema Klabin traz preciosidades do período 1492-1671

A professora Marisa Midori destaca que a visita também vale pela arquitetura da Casa Museu e as obras de arte que se apresentam pela casa de forma muito harmoniosa

 21/07/2023 - Publicado há 1 ano     Atualizado: 24/07/2023 as 8:21

Eu gostaria de convidar nossos ouvintes para um passeio muito especial. E se, como dizia Cícero, quem tem um jardim e uma biblioteca tem tudo, a dica é justamente um passeio sob o céu azul paulista a um belo jardim e a uma rica biblioteca. Aliás, ofereço esse programa a todos os meus alunos de História do Livro, do curso de Editoração. Espero que eles também curtam a visita ao jardim e à biblioteca da Casa Museu Ema Klabin, que inaugurou, no último sábado, a exposição a A palavra impressa 1492-1671, livros raros da Biblioteca Ema Klabin.
A casa é um espetáculo não somente do ponto de vista arquitetônico, embora, é claro, não é todo dia que entramos em uma réplica tão bem realizada do antigo palácio de verão de Frederico, O Grande, rei da Prússia, situado em Potsdam, nos arredores de Berlim. Mas há muito mais. Há obras de arte, entre pinturas, esculturas e gravuras, que se apresentam pela casa de forma muito harmoniosa. Há um rico mobiliário, além do lindo jardim.
O salão da biblioteca é um espetáculo. Como todo palacete, tem a forma ovalada e as paredes são forradas por uma belíssima estante em pau-marfim.  Mas não dá tempo para falar de tudo. Passamos, então, à coleção formada por mais de 3.500 volumes entre manuscritos, incunábulos, obras raras de gêneros vários, dentre as quais uma coleção de livros sobre o Brasil.
Antes de falar de um destaque da exposição, preciso dizer que Ema Klabin, além de filantropa, amiga das artes e dos artistas, formou uma coleção de muito bom gosto. O ponto alto é um livro de horas em pequeno formato, manuscrito em volume, produzido em Flandres, no final do século 15, ricamente iluminado. É uma peça belíssima. Depois que eu a vi, até sonhei com este livro. Sonhei que ele não era em pergaminho, mas numa espécie de papel japonês, um papel muito fino. Eu acho que eu sonhei com isso porque esse manuscrito é realmente uma joia rara. Mas há muito mais. A exposição foi toda muito bem pensada.
Há uma sessão cartográfica, há uma pequena sessão dos livros, digamos, fundadores das literaturas europeias. Há Camões, Dante, uma obra do Melanchton representando a reforma Luterana. Enfim, vale a pena visitar essa exposição. Acessem o site da Casa Museu Ema Klabin e vejam as notícias sobre esta raríssima exposição que ficará em cartaz até 15 de outubro.

Bibliomania
A coluna Bibliomania, com a professora Marisa Midori, vai ao ar quinzenalmente, sexta-feira às 9h00, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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