Uma pesquisa, que acaba de ser publicada na revista Nature Plants, descreve uma estratégia para transformar o tomate em um produtor de vitamina D. Os pesquisadores descobriram que algumas plantas convertem a pró-vitamina D, que é o precursor da vitamina D, em compostos defensivos, ou seja, para se defenderem de pragas. Os cientistas experimentaram, então, bloquear o gene da via que transforma a pró-vitamina D nesses compostos. A hipótese era analisar se, com o bloqueio, haveria acúmulo desse elemento e, consequentemente, maior produção de vitamina D.
Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL), já usou este espaço para falar sobre a técnica de edição genética, chamada de CRISPR, para modificar genes que causam doenças, e também em xenotransplantes, quando se silenciam genes de suínos que causam rejeição aguda para transformá-los em doadores de órgãos para seres humanos.
Só que a estratégia pode revolucionar também a área vegetal. “A vantagem é que, ao contrário das plantas transgênicas – em que se insere um gene de outro organismo numa planta -, no CRISPR são os genes do próprio organismo (no caso, a planta) que são modificados”, relata a geneticista.
Estima-se que 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo tenham deficiência de vitamina D, o que pode causar diminuição da resposta imune, raquitismo em bebês e maior fragilidade óssea, principalmente em idosos.
Decodificando o DNA
A coluna Decodificando o DNA, com a professora Mayana Zatz, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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