Transição energética é um tema muito em voga hoje em dia, quando as mudanças climáticas batem à nossa porta e grande parte da produção científica acadêmica está voltada para garantir um futuro sustentável para a sociedade na Terra.
Com isso em mente, o Instituto E+ elaborou a publicação As crises de energia no Brasil: reflexões para um gerenciamento efetivo, com o objetivo de estudar a fundo o histórico da produção energética brasileira e propor possíveis futuros sustentáveis para o País. O professor Fernando de Lima Caneppele, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia dos Alimentos da USP, comenta mais sobre os cenários apresentados pelo livro.
Crise energética brasileira
O professor explica que a chave para entender crises energéticas está no equilíbrio entre oferta de energia e demanda necessária: “A publicação define uma crise de energia como um desequilíbrio entre oferta e demanda, manifestando-se como restrição de energia ou de capacidade, ou uma combinação de ambas. Nos últimos 35 anos, o Brasil enfrentou cinco crises relevantes, sendo que todas foram marcadas por restrições na produção de energia hidrelétrica.”
Quando a produção das usinas hidrelétricas não é capaz de suprir a demanda do país, é preciso ativar as usinas termelétricas para suplementar, no processo liberando muito mais poluentes na atmosfera.
Participação popular
A publicação enfatiza a importância da participação popular na gestão da crise, com redução de consumo. Caneppele exemplifica: “Durante a crise de 2013, uma redução de 5,3% no consumo teria economizado 56% dos custos de combustível. A crise de 2001 no Brasil é destacada como um caso de sucesso em gestão de demanda”.
Com a transição energética para matrizes limpas e sustentáveis a longo prazo, surgem novos desafios para a gestão da demanda, com mais baixa oferta. O professor conclui: “Com a redução da participação relativa das usinas hidrelétricas e o aumento das renováveis intermitentes, o Brasil enfrenta desafios para atender à demanda de ponta. A diversificação da matriz energética, apesar de positiva, traz complicações no gerenciamento elétrico”.
*Sob supervisão de Cinderela Caldeira e Paulo Capuzzo
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