“Hoje são tão comuns palavras de ultraje e indignação contra violações dos direitos humanos que ninguém mais escuta”, afirma Marília Fiorillo em sua coluna Conflito e Diálogo. Para a professora, a indignação dura alguns dias e logo se desfaz.
“Quando essa exaltação vem com promessa de sanções, será que as sanções funcionam?” questiona. Um exemplo afirmativo é o Irã. O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, cancelou o acordo nuclear e decidiu punir empresas que mantivessem os investimentos no país. O resultado disso foi o aumento da inflação, do desemprego e da miséria. “Sanções econômicas afetam mesmo a população, deixando ilesa a nomenklatura, essa linda palavra soviética que define os intocáveis e poderosos de sempre”, diz Marília. “O Irã é aquele caso em que elas funcionaram para pior”, acrescenta.
A professora cita também os exemplos de Bielorússia e Mianmar. Nesses casos, alguns países do Ocidente condenaram a escalada das violações aos direitos humanos, mas Rússia e China logo apareceram para apoiar regiões que funcionam como suas colônias. “A diplomacia hoje tem credibilidade zero, impacto zero e capacidade de mediação zero”, conclui Marília.
Conflito e Diálogo
A coluna Conflito e Diálogo, com a professora Marília Fiorillo, vai ao ar quinzenalmente sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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