Dados do IBGE mostram que 54% da população brasileira é negra

Eunice Prudente destaca que a mulher negra sofre uma tripla forma de discriminação porque é mulher, negra e pobre

 31/07/2020 - Publicado há 4 anos

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Como entender um Brasil tão diverso com esses elevados níveis de discriminação racial? Em um Estado democrático de direito, importantíssima é a política de dados abertos. Dados do IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostram que 54% da população brasileira é negra. Dados do Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada de 2016, mostram que mulheres brancas recebem 70% a mais que mulheres negras. Entender o Brasil é inter-relacionar questões, informações, dados de gênero, etnia e também de classe social. A professora Eunice Prudente cita a obra de Angela Davis, Mulheres, Raça e Classe, que aborda o racismo, o movimento antiescravagista, feminismo e outros vários temas.

Buscando destacar a mulher, há algumas datas que merecem ser lembradas; 25 de julho foi o Dia Internacional da Mulher Negra, Latina e Caribenha. A data surgiu a partir de um encontro de mulheres negras, latinas e caribenhas na República Dominicana, em 1992. No Brasil, nesta mesma data, durante o primeiro governo de uma mulher presidente, Dilma Rousseff, se acrescenta uma data de reflexão com o Dia Nacional de Teresa de Benguela e da Mulher Negra. Teresa de Benguela foi uma liderança feminina, quilombola, do século 18. Isso é valorização da cidadã negra, cumprimento da lei de diretrizes e bases da educação, trazendo as lideranças femininas desconhecidas.

A professora Eunice, quando aborda a questão da mulher negra, lembra que “é preciso estudos e pesquisas inter-relacionadas entre gênero, etnia e classe social, tendo em vista os índices da pobreza, como relatam os órgãos do governo, que mostrem a situação socioeconômica, a desigualdade social e a família negra. A mulher negra, na base dessa pirâmide, sofre uma tripla discriminação”.

 


Educação e Direitos
A coluna Educação e Direitos, com a professora Eunice Prudente, no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e  TV USP. 

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