Com 100 mil óbitos, São Paulo falhou no enfrentamento da pandemia

“Eu acredito que São Paulo tinha que dar o exemplo, ter uma política mais efetiva para poder atenuar os efeitos da pandemia”, defende o urbanista Nabil Bonduki

 13/05/2021 - Publicado há 4 anos
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Na edição de Cotidiano na Metrópole desta semana, o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, comenta a marca desastrosa de 100 mil óbitos, atingida pelo Estado de São Paulo durante a pandemia.

Para o professor, “é um número excessivamente alto, que causa dor para famílias, causa desorganização da vida econômica e é incompreensível para um Estado como São Paulo, um dos mais ricos da União”. De acordo com Bonduki, o Estado apresenta também resultados relativos ruins, ainda que a população idosa em São Paulo esteja 1,5% acima (15,7%) da média nacional (14,1%).

“Eu acredito que São Paulo tinha que dar o exemplo, ter uma política mais efetiva para poder atenuar os efeitos da pandemia”, reforça ele ao defender que a visão atual é muito restrita como forma de enfrentamento da covid-19. Para o urbanista, medidas como a abertura de vagas em UTIs são importantes, mas é preciso priorizar diferentes medidas, como, por exemplo, a ventilação dos estabelecimentos, que deveria ser “um elemento importante” na tomada de decisão sobre fechamentos.

Além disso, para Bonduki, não foi promovido um programa adequado de melhorias habitacionais vinculado às condições sanitárias, nem a melhor adaptação do transporte coletivo urbano, evitando a superlotação e ampliando a ventilação dos ônibus. “Tivemos várias questões que deveriam ter sido pensadas para que pudéssemos ter um enfrentamento mais efetivo da pandemia no Estado de São Paulo”, finaliza.


Cotidiano na Metrópole
A coluna Cotidiano na Metrópole, com o professor Nabil Bonduki, vai ao ar quinzenalmente às quinta-feira às 9h00, na Rádio  USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção a Rádio USP,  Jornal da USP e  TV USP.

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