Segundo o professor Octávio Pontes, o tratamento antitrombótico tem sido amplamente utilizado na medicina e tem transformado a história natural da prevenção e do tratamento de infarto, AVC e fibrilação atrial. “No entanto, quando usamos esses remédios que são inibidores dos fatores da coagulação ou da agregação plaquetária, tem sempre um risco de sangramento. E essa é uma preocupação com o uso desses medicamentos”, ressalta.
O professor afirma ainda que, nos últimos anos, os pesquisadores têm voltado a atenção para os inibidores do fator XI da coagulação, que parecem uma alternativa bastante promissora para terapia trombótica, com baixo risco de sangramento. “Esse fator XI é uma proteína do sangue que está envolvida no processo de coagulação, faz parte do sistema de coagulação intrínseca e atua como enzima da coagulação, desempenhando papel crucial na ativação de outras proteínas envolvidas nesse processo de formação dos coágulos”, afirma.
Estudos epidemiológicos mostram que deficiências hereditárias do fator XI são raras e podem levar a distúrbios de sangramentos, entretanto, não são sangramentos graves. Pontes cita, como exemplo, a deficiência de outros fatores da coagulação, como o fator 8 e o fator 9, que levam à hemofilia, doenças em que o sangramento é muito frequente e geralmente grave. Esses pacientes com deficiência hereditária do fator XI têm sangramentos menores e frequência muito baixa de complicações trombóticas, como o infarto e o AVC. “Isso levou os pesquisadores a voltar a atenção para o desenvolvimento de inibidores do fator XI, que seriam então drogas promissoras.”
O minuto do Cérebro
A coluna O minuto do Cérebro, com o professor Octávio Pontes Neto, vai ao ar quinzenalmente, terça-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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