“Attenzione Pickpocket”: Evitando golpes em viagens

Golpes direcionados aos turistas são práticas comuns nos destinos mais badalados do mundo. Para a prevenção é importante incluir essas preocupações no roteiro da viagem

 18/10/2024 - Publicado há 2 meses
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chapéu do ciência e turismo

É sabido que locais com grandes fluxos de visitantes tendem a chamar atenção de golpistas – Foto: Gary Bembridge/Flickr/CC BY 2.0
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Organizar uma viagem muitas vezes é uma programação prazerosa por si só. Pesquisar sobre os lugares bonitos do destino, ver os fóruns e as recomendações de outros turistas, conhecer roteiros e se imaginar curtindo cada uma daquelas programações. Os bares, restaurantes, parques e praias saltam aos olhos e começamos a passear nos devaneios das férias perfeitas. É nessa euforia que muitos turistas acabam se esquecendo de averiguar questões menos empolgantes, como os riscos, golpes praticados na região e afins. 

No Brasil e no mundo, é sabido que locais com grandes fluxos de visitantes tendem a chamar atenção de golpistas. O bordão “Pra Gringo é Mais Caro”, que ficou popular nas praias do Rio de Janeiro e nas redes sociais, é uma boa demonstração dessa cultura. No plano internacional, a frase Attenzione pickpocket viralizou em 2023 quando uma cidadã italiana gravou um vídeo alertando turistas contra batedores de carteira em Veneza. Na Itália, os registros desse tipo de ocorrência passam de 150 mil casos por ano. 

Eduardo Silva Sant’Anna – Foto: CV Lattes

Os turistas são, por natureza própria, um grupo mais vulnerável. Por não dominarem as práticas locais, como os preços praticados, tradições, regras e leis locais, o que pode e o que não pode ser feito, fica mais fácil impor sobre essas pessoas regras falsas para tirar vantagens. Eduardo Silva Sant’Anna, doutorando em Turismo pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, explica mais sobre a questão. “As artimanhas podem ocorrer de diversas formas, explorando a vulnerabilidade e a falta de conhecimento de turistas. Alguns exemplos comuns incluem a cobrança de preços excessivamente altos por produtos ou serviços, a venda de joias com pedras falsas, e a simulação de ajuda. “Além disso, os visitantes podem ser induzidos  a realizar reservas digitais fraudulentas, comprar lembranças de baixa qualidade ou pagar “multas” inventadas para evitar punições falsas. A barreira linguística, a falta de familiaridade com as leis locais e o desejo de socializar ou obter experiências autênticas também podem ser explorados por golpistas, que utilizam técnicas de manipulação para enganar suas vítimas”, complementa.  

Vulnerabilidade

Como aponta um estudo publicado no Journal of Travel Research, existe ainda uma relação entre os objetivos e aspirações de um viajante e sua vulnerabilidade ao desconhecido. “O estudo mostrou que turistas que buscam autodesenvolvimento, romance ou novas experiências podem estar mais propensos a serem enganados, pois sua disposição para explorar o desconhecido os torna alvos um pouco mais fáceis”, comenta.

Para prevenir esses problemas é importante incluir essas preocupações no planejamento. “Primeiramente, é fundamental buscar informações antes de viajar para reconhecer os preços praticados de produtos e serviços e possíveis golpes comuns na região. Ainda antes da viagem, deve-se prestar atenção nas plataformas utilizadas para fazer reservas de acomodações, passeios e transportes em sites seguros e conhecidos”, recomenda.

“Alguns golpes envolvem a oferta de serviços ‘gratuitos’, como limpeza de sapatos, fotos ou até mesmo presentes. Embora possam parecer gestos de boa vontade, é sempre bom desconfiar. Na prática, nunca deixe que alguém coloque algo em você ou aceite presentes sem custo. Em destinos muito badalados, essas ofertas quase sempre têm segundas intenções”, finaliza Sant’ Anna. 

*Sob supervisão de Cinderela Caldeira e Paulo Capuzzo


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