Na edição de Cotidiano na Metrópole desta semana, o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, comenta a decisão do presidente Jair Bolsonaro que, ao sancionar o orçamento da União, vetou 73% dos recursos destinados à habitação social, um tipo de habitação destinado à população que ganha até dois salários mínimos.
De acordo com Bonduki, a decisão é uma “verdadeira tragédia” para a situação atual do País. No contexto da pandemia, o veto significa a paralisação da construção de 250 mil casas, ou seja, “teremos 250 mil famílias que não receberão as suas casas próprias neste ano”, reforça. Além disso, é estimado que 750 mil trabalhadores diretos e indiretos perderão o emprego, como consequência dessa medida.
Para o professor, com recursos diminuídos e obras paralisadas, o corte resultará em “prejuízo certo”. A resposta, na opinião do urbanista, seria a criação de um grande programa habitacional, já que o estímulo à habitação popular poderia impactar tanto a economia, com a geração de empregos e crescimento econômico do País, quanto no enfrentamento da atual crise sanitária. “Na pandemia, a casa se tornou o centro da vida das pessoas”, afirma ao destacar que, além de ser espaço de moradia e lazer, a casa também se tornou local de trabalho para uma parcela significativa da população.
“Garantir a moradia para cada cidadão brasileiro é um elemento fundamental para se combater a desigualdade”, finaliza.
Cotidiano na Metrópole
A coluna Cotidiano na Metrópole, com o professor Nabil Bonduki, vai ao ar quinzenalmente às quinta-feira às 9h00, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção a Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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