O podcast Saúde Sem Complicações traz entrevista com a professora Ester Silveira Ramos, do Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. Especialista em genética clínica, a professora fala sobre a intersexualidade, anteriormente chamada de hermafroditismo, que diz respeito a casos em que a pessoa possui alterações biológicas que dificultam a identificação da sexualidade.
O que é intersexualidade?
Segundo Ester, a intersexualidade representa as “alterações médicas que causam problemas de identificação clássica entre um homem e uma mulher”. Essas alterações podem atingir o DNA ou as gônadas, termo que se refere aos órgãos do sistema reprodutor que são responsáveis pela produção de células gaméticas, nos casos em que a pessoa não tem nem um ovário ou testículo completo ou quando as gônadas são da sexualidade oposta à externa. A professora também explica que o termo abrange os casos psicológicos, em que o indivíduo não se identifica fisicamente com seu corpo.
Causas da intersexualidade
Por abranger uma ampla gama de doenças, a intersexualidade pode acontecer por diversas razões, explica Ester, como “o uso de alguma medicação pela mãe, problemas enzimáticos e problemas na constituição do embrião”. A professora conta que a definição de sexualidade vai muito além de apenas características físicas, portanto as causas da intersexualidade vão desde questões químicas do corpo a configurações psicológicas.
O intersexualismo é considerado uma doença?
Ester explica que quando se trata de condições biológicas e médicas, afetando níveis hormonais do organismo, diferentemente de quando envolve apenas questões de identidade, são características que devem ser tratadas e estudadas de um ponto de vista clínico. Segundo a professora, “o tratamento desses casos começa com a família, com o acolhimento, passando também por casos que necessitam de tratamentos hormonais e cirurgias; então, cada caso é específico”.
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Edição: Rita Stella
Coordenação: Rosemeire Talamone
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