Momento Tecnologia #63: Impressão 3D de alimentos

Por Diogo Paiva

Você já ouviu falar sobre a impressão de alimentos? Um grupo de pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em parceria com institutos franceses, desenvolveu ingredientes à base de amido que podem produzir os chamados alimentos do futuro.

A pesquisadora Bianca Maniglia, que participa do desenvolvimento do projeto, conta que o amido é utilizado como “tinta” por conta de sua viscosidade, que pode ser controlada com facilidade. “O que é mais legal é que, quando fala amido, todo mundo pensa ‘ todo amido é igual’. Não, cada fonte amilácea tem uma capacidade específica, então cada método de modificação que a gente fazia era realmente específico também à resposta que ele tinha”, ressalta.

A impressão de alimentos pode colaborar para combater o desperdício de comida.  “Essa questão do upcycling é trazer um aspecto bonito para alimentos considerados feios e que estão sendo descartados. Então, a gente pode ver ali um tomate amassado, uma banana amassada… Imagina eu poder pegar aquilo, imprimir num formato bonito que traga nova utilização, né, nova utilidade para aquele alimento.”

A tecnologia, além de ser utilizada na alta gastronomia, também poderá auxiliar no tratamento de distúrbios alimentares. “O ato de você não querer se alimentar, de não ter um aspecto visual legal, faz o paciente consumir cada vez menos aquele alimento. E é no momento que ele precisa se alimentar para se fortificar, se fortalecer. Então, a questão da impressão 3D também traz, por exemplo, você pegar uma cenoura que é dura, transformar numa tinta e imprimir no formato de cenoura. E aí, a pessoa vai se alimentar daquela cenoura, mas com uma textura que ela consegue deglutir”, explica a pesquisadora.