
Nos últimos dias, vem sendo comentada a possibilidade de um lockdown em São Paulo. Para José Luiz Portella, a medida não só pode, como deve ser instituída no Estado. O doutor em História Econômica da FFLCH, ex-secretário estadual dos Transportes Metropolitanos e de Serviços e Obras da Prefeitura de São Paulo, comenta no Momento Sociedade de hoje o iminente bloqueio total e o “mal planejado” rodízio 50% recentemente imposto na capital.
O Estado de São Paulo está prestes a ter um bloqueio total; a medida visa a achatar a curva de crescimento da disseminação da covid-19. De acordo com Portella, o lockdown desafoga o sistema hospitalar e possibilita o aprimoramento dos tratamentos, que ganham tempo para ser testados. “Ele [o lockdown] já devia ter sido feito, foi uma falha do Mandetta. Se fizesse lockdown desde aquele momento [começo da pandemia], provavelmente já estaríamos saindo paulatinamente do isolamento”, aponta o doutorando.
Nesta segunda-feira (11), passa a valer o rodízio de carros 50% na cidade de São Paulo. A medida, instituída pelo prefeito Bruno Covas, é mais uma tentativa de manter as pessoas em casa e conter a disseminação do novo coronavírus. Segundo Portella, “essa é a intenção, mas não havendo restrição no transporte público, vai ser pior. O rodízio foi muito mal planejado”.
O pressuposto da tentativa é diminuir o contágio via aglomeração, todavia, instituir o rodízio leva ao aumento do número de pessoas nos transportes públicos — o que resulta no extremo oposto. Para ele, a medida não impede de fato que as pessoas saiam de casa, somente cria empecilho ao uso do transporte individual. “Ou você faz o rodízio combinado com uma restrição do transporte público, ou não funciona”, completa Portella.
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Momento Sociedade
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