O Momento Sociedade desta semana aborda a interface entre a dinâmica urbana e a ação coletiva das classes sociais mais pobres. O assunto também faz parte da tese de doutorado Ação Coletiva e Dinâmica Urbana: Conflito na Produção da Cidade, da pesquisadora Cristhiane Aparecida Falchetti para a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). A tese mostra que o predomínio do MTST na cena política, especialmente após junho de 2013, é expressiva do agravamento da questão urbana, que ganha novos contornos desde os anos 1990.
O Consenso de Washington, de 1989, impulsionou o impacto na produção nas cidades e na precarização do trabalho, de modo a modificar a construção das periferias. “Aqui em São Paulo não se mede mais a distância entre os jardins e a periferia por quilômetros, mas sim pela brutal diferença de condição de vida, pela desigualdade e abismo social”, exemplifica o doutorando em História Econômica José Luiz Portella, da FFLCH. Diante disso, pontua que não adianta ter boas ideias e implementar de forma errada: “é preciso mudar completamente as políticas urbanas, com cuidado na forma de implementação”.
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