![Novos Cientistas - USP Novos Cientistas - USP](https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/2019/07/podcast_subcanal_novos_cientistas2-150x150.jpg)
A desigualdade racial na sociedade brasileira é presente. E quando se trata do acesso da população ao direito à vida e segurança não é diferente. Nesta edição de Os Novos Cientistas, a socióloga Letícia Pereira Simões foi entrevistada sobre seu estudo de mestrado, em que analisou como essa desigualdade racial é reproduzida dentro da Polícia Militar (PM) do estado de São Paulo.
Sob orientação do professor Sérgio França Adorno de Abreu, Letícia iniciou sua pesquisa a partir de constatações de que, na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, segundo dados de 2012, para cada pessoa branca vítima fatal de ações da polícia, outras quatro pessoas negras eram mortas. “Isso me chamou atenção na época. Foi quando optei por estudar o fenômeno aqui na cidade de São Paulo”, contou a socióloga.
A partir de então, Letícia passou a pesquisar o fenômeno na cidade de São Paulo. Na pesquisa A (in)visibilidade da questão racial na formação dos soldados da Polícia Militar, a socióloga buscou refletir sobre o policiamento democrático em sociedades racialmente desiguais. Assim, visitou um quartel de formação de soldados da PM. Além disso, ela realizou um levantamento da literatura nacional que trata da temática da violência policial e do uso excessivo da força por policiais. Os resultados confirmam a indicação da literatura de que a instituição se recolhe perante temas de desigualdade racial e discriminação pela polícia. “Ainda há a dificuldade em se falar sobre o racismo na sociedade brasileira”, ressaltou Letícia.