USP terá novos centros de estudos sobre gases de efeito estufa e sobre inteligência artificial 

Os centros terão a mesma estrutura e metodologia de trabalho dos cinco outros centros já existentes e que estão ligados à Reitoria

 21/11/2023 - Publicado há 1 ano     Atualizado: 24/11/2023 às 13:28
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Dois novos centros de estudos serão criados na Universidade - Fotomontagem: Jornal da USP - Imagens: svstudioart/Freepik e wirestock/Freepik

Foi aprovada, pelo Conselho Universitário, a criação de dois novos centros de estudos na Universidade: o Centro de Estudos de Gases do Efeito Estufa (RCGI, na sigla em inglês) e o Centro de Estudos em Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina, que estarão ligados diretamente ao Gabinete do Reitor.

O RCGI (Research Centre for Greenhouse Gas Innovation) existe desde 2014, mas como um Centro de Pesquisa em Engenharia da Fapesp. Sua nova configuração, como centro de estudos ligado à Reitoria, complementará as experiências da Universidade no apoio à pesquisa científica e ao desenvolvimento tecnológico em relação ao uso sustentável de gás natural, biogás, hidrogênio, gestão, transporte, armazenamento e uso de CO2, com foco na inovação para a sustentabilidade e mitigação das emissões de gases de efeito estufa.

Em agosto deste ano, o RCGI anunciou a primeira estação experimental de abastecimento de hidrogênio renovável a partir do etanol, que será instalada na Cidade Universitária. A previsão é de que a estação experimental esteja operando no segundo semestre de 2024 para abastecer ônibus cedidos pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU) e também um veículo Mirai, cedido pela Toyota Brasil para testar a performance do hidrogênio.

A sessão do Conselho Universitário foi realizada no dia 21 de novembro - Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O Centro de Estudos em Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina atuará como polo de pesquisa e inovação na área, promovendo comunicação e sinergia entre grupos, estabelecendo colaborações com outras instituições acadêmicas e não acadêmicas, oferecendo plataformas e recursos compartilhados, transferindo conhecimento e tecnologia, disseminando informações e formando profissionais através de seminários, debates, cursos, aulas e apoiando o debate multi/transdisciplinar.

O novo centro reunirá atividades de outros que já atuam na USP, tais como o Centro de Inteligência Artificial, o C4AI, que desenvolve estudos sobre processamento automático da língua portuguesa com o uso da inteligência artificial, a previsão de condições oceânicas em áreas portuárias, a segurança alimentar, o aperfeiçoamento do diagnóstico e a reabilitação de pessoas que sofreram acidente vascular cerebral (AVC).

Os dois novos centros terão a mesma estrutura e metodologia de trabalho dos cinco outros centros existentes e que estão ligados à Reitoria: Centro de Estudos e Tecnologias Convergentes para Oncologia de Precisão; Centro de Estudos Amazônia Sustentável; Centro de Agricultura Tropical Sustentável; Centro de Estudos de Carbono em Agricultura Tropical; e o Centro Observatório das Instituições Brasileiras.

Os centros contam com um comitê gestor e com a participação de professores, pesquisadores e personalidades do Brasil e do exterior, além de alunos da Universidade e de pós-doutorandos. 

“A principal característica desses centros é o caráter multi e interdisciplinar dos estudos realizados, no ensino, na pesquisa e na extensão, já que poderão reunir pesquisadores de várias Unidades de Ensino e Pesquisa, da USP e de outras instituições, em torno de temas relevantes para a sociedade”, destacou o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior. 

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Centro de classe mundial

No dia 17 de novembro, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) realizou a cerimônia de lançamento do Centro de Estudos de Carbono em Agricultura Tropical (CCarbon). Participaram do evento o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior; o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Marco Antonio Zago; a diretora da Esalq, Thais Maria Ferreira de Souza Vieira; e o coordenador do CCarbon, Carlos Eduardo Pelegrino Cerri.

Após a abertura do encontro, houve uma apresentação do projeto, criado com o objetivo de desenvolver pesquisas e gerar conhecimento para enfrentar o desafio de reduzir as emissões e aumentar o sequestro de gases do efeito estufa na agricultura, ao mesmo tempo em que se aumenta a produtividade de alimentos, fibras e energia.  O CCarbon também é um dos Centros de Pesquisa, Difusão e Inovação (Cepid) da Fapesp, anunciados em março deste ano.

Cerimônia de lançamento do Centro de Estudos de Carbono em Agricultura Tropical (CCarbon) - Foto: Gerhard Waller/Esalq

“Nossa visão é sermos reconhecidos como um centro de classe mundial, líder em sistemas agrícolas tropicais de baixo carbono e qualificação de recursos humanos por meio de pesquisa, inovação e divulgação. Nesse sentido, reafirmo a importância de termos o vínculo com a Reitoria e sermos agraciados com essa proposta do Cepid da Fapesp”, afirmou o coordenador do CCarbon. 

O novo centro vai desenvolver soluções inovadoras e estratégias para mitigar as emissões, como definir as melhores práticas de manejo. Segundo Cerri, as soluções existentes hoje estão, em sua maioria, relacionadas ao clima temperado do hemisfério Norte, não necessariamente servindo para a agricultura tropical praticada no Sul Global.

A diretora da Esalq destacou que “mais pesquisadores se agregaram para colaborar com ações nas áreas de inovação, disseminação e pesquisa. Todo esse entrosamento irá formar cidadãos que possam fazer escolhas conscientes com base nos resultados preliminares em nível de classe mundial”.

Para o presidente da Fapesp, “os pesquisadores devem realizar pesquisas ousadas, de excelência internacional em temas relevantes à sua área de atuação. Os resultados obtidos por esses centros devem superar a visibilidade das próprias Unidades às quais estão vinculados”.

O reitor da USP, por sua vez, falou sobre a criação dos centros na USP.  “A Universidade tem uma estrutura administrativa, formada por Unidades e departamentos. Com os desafios que temos hoje, essa estrutura pode ser um pouco lenta para respondermos às demandas de modo efetivo, rápido e interdisciplinar. Então, fizemos uma proposta e a Universidade aceitou a criação desses centros. Eles não competem com departamentos ou com as Unidades, eles realizam suas atividades de forma independente”.  

Para Carlotti, as parcerias internacionais que o CCarbon já tem seguem o contexto de internacionalização da Universidade, que recentemente assinou acordo com o CNRS [Centro Nacional de Pesquisa Científica, na sigla em francês], da França, para a criação de um centro internacional de pesquisa no campus de São Paulo.

*Com informações da Divisão de Comunicação da Esalq


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