Ildo Sauer toma posse prestigiado por dirigentes da USP, políticos e representantes do setor de energia
Prestigiado por vários dirigentes e ex-dirigentes da USP, por representantes e autoridades do setor de energia do Estado e do país, além da presença de políticos, o novo diretor do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE), Ildo Luís Sauer, tomou posse em cerimônia realizada na última sexta-feira, dia 1º de julho, na Sala do Conselho Universitário.
Após a leitura do termo de compromisso e de posse, Sauer, que está no cargo desde maio deste ano, fez um discurso sobre a importância da energia, a história do IEE e os desafios que o Instituto e a sociedade devem enfrentar para a sustentabilidade do planeta.
Sauer falou sobre o vínculo entre energia e sociedade, que, segundo ele, é a base para a formação da sociedade. Disse que a apropriação social da energia está na base das transformações pelas quais a sociedade passou ao longo do tempo e lembrou que, depois dos anos 70, com os choques do petróleo, a questão da crise energética passou a ser mais discutida ainda.
Citou que o IEE surgiu após a Revolução Industrial – a origem do Instituto remonta à criação, em 1902, do Gabinete de Física Industrial e Eletrotécnica, por solicitação do diretor da Escola Politécnica. “O IEE [foi criado] para dar suporte ao ensino dos engenheiros eletricistas. E como centro que buscasse, através da interdisciplinaridade, dar conta da questão da energia”, relembra Sauer.
Extensão, pesquisa e ensino sem esquecer a sustentabilidade
O IEE é um Instituto Especializado da USP e tem suas atividades baseadas na extensão universitária, pesquisa e ensino. Na extensão universitária, oferece a seus clientes ensaios em equipamentos e materiais elétricos, calibração de equipamentos, emissão de certificados, pareceres e laudos técnicos e certificação de produtos. Na pesquisa, o IEE desenvolve estudos nas áreas de engenharia elétrica e energia em geral. No ensino, o IEE oferece cursos de pós-graduação, extensão e profissionalizantes na área de energia. E é sede de dois programas de pós-graduação: o Programa Interunidades de pós-graduação em Energia e do Programa de Ciência Ambiental (Procam). Atualmente, o IEE tem 162 funcionários, 12 docentes, mais de 128 alunos matriculados por ano nas suas disciplinas de graduação (voltadas aos alunos dos cursos de economia, engenharia, física, geofísica) e 89 alunos na pós-graduação, 42 no mestrado e 47 no doutorado.
O diretor aproveitou também para elencar suas propostas para o futuro do IEE. No ensino, propõe que passe a ter 14 disciplinas – hoje o Insituto oferece quatro disciplinas e, a partir de 2012, passará a ter cinco – e que seja criado um curso de graduação de 10 semestres, com cinco voltados para questões de direito, computação, física, e os outros restantes para gestão ambiental, por exemplo, para suprir a demanda da formação dos engenheiros. Na pesquisa, disse que o IEE pode ser, com a descoberta do pré-sal, “centro integrador das competências da USP com a indústria e o Governo”, citando a Petrobrás – especialmente por ter sido membro da diretoria executiva de janeiro de 2003 a setembro de 2007 – como uma empresa que é importante para a USP e o Insituto manterem relações de cooperação.
Sauer ressaltou que o IEE pode e precisa estar associado à questão da sustentabilidade. ” Hoje, estamos em um dilema, que é a questão da utilização da energia, respeitando a questão da biosfera. A questão da sustentabilidade deve ser discutida transversalmente, com a geografia, socioeconomia, ambiente, saúde também. O IEE pode dar contribuição para a utilização de energias alternativas, como eólica, de bagaço de cana, outras biomassas”. Segundo Sauer, debater a utilização das energias é essencial em um país em que ainda há muitos lugares sem energia elétrica, mesmo após a criação do Programa Luz para Todos do Governo Federal. E encerrou dizendo esperar que a sustentabilidade, energia e meio ambiente tenha um espaço devido na USP e na sociedade.
Democracia presente na universidade
O reitor João Grandino Rodas destacou a importância dessa posse, que, segundo ele, não é apenas cerimonial, mas demonstração da democracia na universidade, quando a cada quatro anos muda-se a direção nos Órgãos e Unidades da USP. “A universidade fica renovada a cada quatro anos com a chegada à direção de novas ideias, novas pessoas, pois se tem a oportunidade de ter mais pessoas para colaborar com a USP”, disse o reitor.
Ele lembrou também da questão da sustentabilidade na fala do novo diretor. “Não podemos nos desvincular da sustentabilidade, porque não podemos deixar o mundo em que vivemos acabar”. E por fim, fez um agradecimento especial ao professor Aziz Ab Saber, “decano da USP”, pela sua contribuição com a universidade.
A cerimônia de posse teve ainda a apresentação musical de três óperas, com a soprano Gisele dos Reis e o pianista Lucas Gonçalves, alunos do curso de música da Escola de Comunicações e Artes (ECA).
(Fotos: Ernani Coimbra)