Em cerimônia realizada nessa terça-feira, 5 de julho, na Sala do Conselho Universitário, a professora Diná de Almeida Lopes Monteiro da Cruz tomou posse como nova diretora da Escola de Enfermagem (EE) da USP.

Graduada pela própria Escola e com pós-doutorado pela School of Nursing do Boston College, de Massachussets, Diná já ocupava o cargo de vice-diretora da EE desde 2007, na gestão de Isilia Aparecida Silva.
Em seu discurso de posse ela lembrou que “sem enfermeiros em número suficiente, competentes, habilidosos e capazes de tomar conta de sua atualização contínua, muito dos investimentos em saúde será em vão. A Escola de Enfermagem da USP é responsável não apenas pela formação de enfermeiros como também pelo desenvolvimento da disciplina que fundamenta o exercício dessa bela profissão”.
Ciente da responsabilidade de assumir uma das mais tradicionais escolas de enfermagem do Brasil, Diná ressalta que o desafio central do ensinar e aprender a ser enfermeiro é desenvolver o interesse pela experiência humana e, com base nisso, julgar a adequação e o significado das intervenções em saúde. A interdisciplinaridade é outro aspecto fundamental na área da saúde pública e requer colaboração entre os diversos profissionais, tanto nas atividades práticas como nos espaços reservados à produção e disseminação de conhecimento.

Abordando também a questão do ensino da enfermagem no Brasil, o reitor João Grandino Rodas lembrou que, embora a excelência e a tradição da EE sejam reconhecidas internacionalmente, o excesso de faculdades particulares faz com que muitos estudantes prefiram a comodidade de cursar uma faculdade menos exigente a ter de frequentar um curso de dedicação exclusiva, como o da USP, já que ambos os diplomas são juridicamente equivalentes.
Rodas aproveitou a ocasião para propor uma reformulação na estratégia de divulgação das escolas de enfermagem da USP a fim de promover sua merecida valorização. Para o reitor, “é importante que tanto a EE quanto a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) pensem em meios para destacar a diferença entre o curso da USP e os outros cursos que são oferecidos no Brasil, de modo que o status da Enfermagem da USP faça jus à sua qualidade”.
Marco na profissionalização da enfermagem no Brasil
A Escola de Enfermagem foi criada em 1942, incentivada pela Fundação Rockefeller que acreditava ser a profissionalização da enfermagem o caminho para o desenvolvimento do ensino de saúde pública, não apenas no estado de São Paulo, mas em todo o Brasil.
Inicialmente abrigada no Hospital das Clínicas e vinculada à Escola de Medicina da USP, a Escola de Enfermagem só ganhou uma sede própria em 1947, quando foi inaugurado o prédio da avenida Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, onde permanece até hoje, compondo o chamado Quadrilátero da Saúde/Direito, junto com a Faculdade de Medicina, a Faculdade de Saúde Pública, o Instituto de Medicina Tropical e a Faculdade de Direito.
Atualmente, a Escola oferece cursos de graduação em Enfermagem (bacharelado e licenciatura), três programas com cursos de pós-graduação e um programa de doutorado oferecido em pareceria com a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, também da USP.
(Fotos: Ernani Coimbra)