Fórum sobre bioenergia reúne pesquisadores e representantes dos setores público e produtivo

O evento aconteceu no dia 17 de março, na Esalq, e reuniu dirigentes e pesquisadores das três universidades públicas paulistas, de representantes do Governo do Estado de São Paulo e da classe empresarial ligada ao tema da bioenergia.

 18/03/2016 - Publicado há 8 anos
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No dia 17 de março, a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq) sediou o “Fórum sobre Bioenergia no Brasil: Integração Universidade – Empresa”, que reuniu dirigentes e pesquisadores das três universidades públicas paulistas, representantes do Governo do Estado de São Paulo e do setor produtivo.

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O presidente da Fapesp e ex-reitor da USP, José Goldemberg. ministrou a aula magna “A importância dos setores de Energias Renováveis para o desenvolvimento do Brasil”. No evento, também aconteceu a apresentação do Programa Integrado de Doutorado em Bioenergia e uma mesa-redonda que discutiu o tema

O reitor da USP, Marco Antonio Zago, ressaltou a importância do tema da bioenergia e da interação com o setor privado: “A relação da universidade com o setor produtivo, apesar de anunciada sempre com muito entusiasmo, precisa se tornar mais concreta, ter aspectos mais práticos que permitam que essa cooperação seja, de fato, eficiente”.

“A universidade tem que levar produtos, métodos e procedimentos que possam ser usados pela população, mas também deve preservar a ciência fundamental, a capacidade criativa e inovadora em áreas do conhecimento que não são de aplicação imediata, mas que servem de patrimônio para resolvermos problemas futuros”, ponderou Zago.

Na aula magna “A importância dos setores de Energias Renováveis para o desenvolvimento do Brasil”, o presidente da Fapesp e ex-reitor da USP, José Goldemberg traçou um panorama sobre o uso das diferentes fontes de energia no Brasil e no mundo, desde a revolução industrial. Goldemberg apontou para uma mudança estrutural no consumo mundial de energia e falou sobre a oportunidade de o Brasil assumir um importante papel no desenvolvimento da bioenergia.

Após a aula de Goldemberg, o professor da Esalq, Carlos Alberto Labate, apresentou o Programa Integrado de Doutorado em Bioenergia, coordenado pelas três universidades estaduais paulistas: USP, Unesp e Unicamp. Labate falou sobre o caráter pioneiro do programa, a forte ênfase na internacionalização, com aulas ministradas em inglês, e parcerias com pesquisadores estrangeiros. Criado em 2013, o programa possui 60 alunos matriculados, sendo 10 estrangeiros.

O diretor da Esalq, Luís Gustavo Nussio, lembrou que a iniciativa do programa de Bioenergia é um caso de êxito. “A partir dessa iniciativa podemos perceber demandas da sociedade e, em conjunto com as empresas, poderemos reverter nosso conhecimento em bens para o nosso povo”.

Para o reitor Marco Antonio Zago, “existem competências complementares nas três universidades, e o programa serve de exemplo para outras áreas como a Engenharia, a Medicina, a Tecnologia e as Humanidades, em que as três podem cooperar”.

Encerrando o evento, uma mesa-redonda moderada pelo presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Correa Carvalho, reuniu políticos e representantes do setor produtivo para discutir o tema.

Programa Integrado de Doutorado em Bioenergia

No período da manhã, aconteceu uma reunião com coordenadores, professores e alunos do Programa Integrado de Doutorado em Bioenergia, com a participação do pró-reitor de Pós-Graduação da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior; da pró-reitora de Pós-Graduação da Unicamp, Rachel Meneguello; e do professor da Unesp, Nelson Ramos Stradiotto, representando o pró-reitor de Pós-Graduação da Unesp, Eduardo Kokubun.

O pró-reitor de Pós-Graduação da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, reforçou a importância do programa pelo seu aspecto inovador: “A comunidade acadêmica de São Paulo está aguardando os resultados desse programa para poder usá-lo como referência para a criação de outros programas similares. A maior parte das dificuldades burocráticas foi vencida e o programa abriu caminho para a criação de programas similares, em outras áreas”.

A pró-reitora de Pós-Graduação da Unicamp, Rachel Meneguello, afirmou que “esse programa é a prova de que um programa interinstitucional pode dar certo”. Rachel destacou que, “entre as características do programa, estão o ineditismo da iniciativa e a importância estratégica da área de bioenergia, uma área de investimento do país, com grande vínculo com o setor produtivo e desdobramentos em várias outras áreas”.

“O sucesso do programa coroa o esforço das três universidades, que começou em 2009 e possibilitou a criação de um programa com uma qualidade que até então não tinha sido almejada”, afirmou o professor da Unesp, Nelson Ramos Stradiotto, um dos coordenadores do programa.

O objetivo da reunião foi apresentar os resultados obtidos até o momento e discutir os principais pontos que ainda devem ser aperfeiçoados, como a ênfase na divulgação do programa no exterior; a infraestrutura do curso; as bolsas e as condições oferecidas aos alunos brasileiros e estrangeiros; a interação com o setor privado, inclusive com a possibilidade de ampliar o financiamento de bolsas; a integração real das universidades, permitindo que o aluno do programa possa ser considerado vinculado às três instituições; e a necessidade de elevar a nota de avaliação do programa dada pela Capes.

(Fotos: Gerhard Waller / Divisão de Comunicação da Esalq)


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