A Cidade Universitária da USP sediou, no dia 31 de janeiro, o primeiro Encontro de Cúpula dos Reitores de Universidades Japão-Brasil. O encontro foi realizado na Sala do Conselho Universitário da USP.
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Organizado pela Universidade de São Paulo e pela Universidade de Tsukuba, o encontro reuniu reitores e dirigentes de dez universidades japonesas e dez universidades brasileiras para discutir como as instituições de ensino superior podem ser mais engajadas com a sociedade e contribuir para o desenvolvimento sustentável, além de aprofundar a colaboração dos dois países para o desenvolvimento de recursos humanos.
“Esse encontro simboliza mais um significante passo adiante em uma longa cooperação existente entre o Brasil e o Japão. Como nosso mundo tem se tornando cada vez mais interconectado, a responsabilidade de contribuidor para a solução de desafios globais como mudanças climáticas, proteção do meio ambiente e desenvolvimento sustentável cai sobre as instituições acadêmicas. Esse encontro enfatiza nossa dedicação em abordar esses assuntos globais”, afirmou o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior.
Para o reitor da Universidade de Tsukuba, Kyosuke Nagata, “essa reunião de cúpula é uma oportunidade, não apenas para discutir temas importantes, mas também para que nós nos conhecêssemos melhor. O propósito desse encontro é compartilhar e discutir como as universidades, como membros de uma comunidade internacional, podem contribuir para o desenvolvimento da sociedade. Temos que considerar tudo, tanto no nível das comunidades locais como no nível das comunidades internacionais, pois nosso mundo se torna cada vez menor”.
Nagata mencionou, entre as principais áreas de pesquisa de interesse, a segurança cibernética, a inteligência artificial, as mudanças climáticas, a energia limpa e a educação na era pós-covid 19.
Além das universidades envolvidas, o encontro contou com o apoio dos Ministérios de Relações Exteriores e dos Ministérios da Educação dos dois países, assim como das duas embaixadas.
Em um depoimento gravado em vídeo, o ministro da Educação do Brasil, Camilo Santana, elogiou a iniciativa e lembrou que “em 2025, estamos celebrando 130 anos de amizade entre Brasil e Japão. O Japão é o lar de 200 mil brasileiros e o Brasil abriga a maior comunidade de descendentes de japoneses fora do Japão, com mais de 2 milhões de pessoas. Esses laços humanos são, sem dúvida, um dos pilares dessa rica relação bilateral e nesse contexto a educação tem um papel central”.
Akio Fujiwara, secretário-geral do Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia do Japão, parabenizou o esforço e a participação de todos na iniciativa. “Temos acompanhado o intenso intercâmbio entre as universidades de ambos os países, tanto nos campos de educação e pesquisa quanto o intercâmbio de estudantes. Estão cadastrados 317 acordos de intercâmbio entre universidades dos dois países e há sete pontos de apoio das universidades japonesas no Brasil. Quanto ao intercâmbio de estudantes, tivemos cerca de 1.300 japoneses estudando no Brasil, em 2022, e cerca de 800 brasileiros estudando no Japão”, afirmou Fujiwara.
Também participaram da cerimônia de abertura do encontro o primeiro-secretário do Ministério de Relações Exteriores do Brasil, Rodrigo de Carvalho Dias Papa; o embaixador do Japão no Brasil, Teiji Hayashi; o cônsul-geral do Japão em São Paulo, Toru Shimizu; a vice-reitora da USP, Maria Arminda do Nascimento Arruda; o presidente do CNPq, Ricardo Galvão; o diretor de Relações Internacionais da Capes, Rui Vicente Oppermann; a coordenadora-geral para Ciências, Humanidades e Artes da Fapesp, Marta Arretche; além de representantes das agências de fomento japonesas, dirigentes das universidades e pesquisadores dos dois países.
Discutindo oportunidades
“A oportunidade de sediar esse encontro, reunindo reconhecidos membros da comunidade acadêmica internacional, é um verdadeiro privilégio para a USP”, afirmou o presidente da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (Aucani), Sergio Proença, na abertura do evento.
Proença apresentou cada uma das dez universidades brasileiras que participaram do encontro: USP, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Osamu Ohneda, do Escritório Executivo para Estratégia Internacional da Universidade de Tsukuba, foi o responsável por falar um pouco das universidades japonesas participantes: Universidade de Tsukuba, Universidade de Tohoku, Universidade de Tokyo de Estudos Estrangeiros, Universidade de Sophia, Universidade de Soka, Instituto de Tecnologia de Shibaura, Universidade da Prefeitura de Fukui, Universidade de Shinshu, Universidade de Shimane e Universidade de Okayama.
Em seguida, o professor da Faculdade de Direito da USP, Masato Ninomiya, ministrou uma palestra sobre a trajetória dos imigrantes japoneses no Brasil, do ponto de vista da educação.
Após a primeira parte do evento, os participantes se reuniram em diferentes grupos de trabalho que discutiram temas como segurança cibernética e inteligência artificial; oceanos e gerenciamento de desastres; mudanças climáticas e energia limpa; intercâmbio estudantil e educação on-line; e aprendizado de idiomas.
Para encerrar o primeiro Encontro de Cúpula dos Reitores de Universidades Japão-Brasil, Proença leu a declaração conjunta, na qual os reitores reconhecem o papel fundamental que as instituições acadêmicas desempenham no fomento da inovação, abordando questões globais e formando a próxima geração de líderes globais.
Os dirigentes também se comprometem a promover a colaboração acadêmica, melhorar o intercâmbio e a mobilidade estudantil, enfrentar os desafios globais e construir parcerias sustentáveis.
Fotos: Cecília Bastos/USP Imagens