Em uma cerimônia realizada hoje, dia 6 de julho, no Palácio dos Bandeirantes, a USP e a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo assinaram o decreto de criação do Hospital das Clínicas de Bauru.
Na cerimônia, também foi assinado o termo de cessão de uso das unidades I e II do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC) da USP, mais conhecido como “Centrinho”, que permite à Secretaria de Saúde realizar as adequações estruturais necessárias para que o espaço passe a compor o complexo do Hospital das Clínicas de Bauru.
Vinculado administrativamente à Secretaria de Estado da Saúde e ao Sistema Único de Saúde, mas associado à USP para fins de gerência acadêmica e assistencial, o Hospital das Clínicas de Bauru será um hospital-escola e dará suporte às atividades do novo curso de Medicina.
“Estamos coroando um trabalho no qual juntamos os esforços para que todos saíssem vitoriosos. Ganha a região de Bauru, que, além de um hospital especializado em anomalias craniofaciais, também vai poder dispor de um Hospital das Clínicas de alta complexidade, para responder à demanda da comunidade local. Ganha o Governo do Estado, que recebe um edifício pronto, semimobiliado, com grande espaço disponível para utilização imediata. E ganha a Universidade, que consegue viabilizar seu terceiro curso de medicina, uma retribuição para toda a sociedade paulista”, afirmou o reitor Vahan Agopyan.
“Estou muito satisfeito e orgulhoso por ter tido a oportunidade de começar isso em uma ponta e terminar em outra”, afirmou o secretário de Saúde, Marco Antonio Zago, que foi o reitor da USP entre os anos de 2014 e 2017, período no qual o curso de Medicina de Bauru foi criado. “Hoje, demos um passo muito importante para a criação de um forte complexo de saúde na região de Bauru, dentro do qual atuará o novo curso de medicina e que, eventualmente, abrirá caminho para futuros cursos da USP na área de saúde”, declarou o secretário.
Hospital das Clínicas de Bauru
O superintendente do HRAC e coordenador do curso de Medicina de Bauru, José Sebastião dos Santos, explicou que “o Hospital será concebido considerando as necessidades da Universidade, mas principalmente as necessidades da população região de Bauru. Por orientação do secretário Zago, iniciamos uma conversa com os prefeitos e secretários municipais de saúde da região e identificamos que um dos principais problemas é a gestão dos recursos”.
“Nossa região, apesar de ser próspera, ainda enfrenta problemas no atendimento médico. Isso porque não conseguimos organizar adequadamente os recursos que temos. As universidades, com a orientação da Secretaria Estadual de Saúde, devem contribuir para melhorar o aproveitamento desses recursos, identificando as prioridades, instituindo modelos e definindo protocolos”, disse Santos.
Para o governador Márcio França, “São Paulo é diferente dos outros Estados porque adquiriu mais conhecimento, e é por causa desse conhecimento que nos destacamos do resto do País. As obras mais importantes não são as físicas, mas as que realizam mudanças de conceitos, e esse Hospital é uma mudança de conceito, não só por estar na região central do Estado de São Paulo, mas por abrigar um curso de medicina, que muda a vida das pessoas”.
Nos próximos meses, a USP e a Secretaria articularão conjuntamente o plano de trabalho para estabelecimento das bases funcionais do novo hospital.
A previsão é que o Hospital tenha cerca de 200 leitos, quando atingir a capacidade plena e atue como referência em atendimentos hospitalares e ambulatoriais de média e alta complexidade, com ênfase em cardiologia, bucomaxilo, saúde auditiva e outras especialidades, além de amplo serviço de diagnóstico. A assistência atualmente oferecida pelo HRAC será mantida, com ampliação gradativa da assistência prevista para o novo Hospital.
A cerimônia contou com a presença do prefeito de Bauru, Clodoaldo Gazzetta; do vice-reitor Antonio Carlos Hernandes; da pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária e ex-diretora da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado; do vice-diretor em exercício da FOB, Guilherme dos Reis Pereira Janson; do secretário Municipal de Saúde, José Eduardo Fogolin; do deputado estadual João Caramez; além de dirigentes da Universidade e representantes do poder legislativo e de várias cidades da região de Bauru.
Curso de Medicina de Bauru
O novo curso de Medicina foi aprovado pelo Conselho Universitário no dia 4 de julho de 2017 e é oferecido pela Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB). Ao todo, são 60 vagas em período integral – sendo 42 vagas reservadas para ingresso pela Fuvest e 18 pelo SiSU, na modalidade destinada a estudantes que tenham cursado o ensino médio integralmente em escolas públicas. A oferta de vagas deve aumentar gradativamente, passando a 80 vagas, em 2020, e chegando a 100, a partir do ano de 2021.
A proposta é oferecer um curso diferenciado, com metodologias ativas de ensino e forte caráter humanístico. Em seu primeiro vestibular, o curso já foi o segundo mais concorrido da USP, com 4.447 inscritos e 105,9 candidatos por vaga.