A Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP está produzindo uma série de vídeos sobre como a neurodiversidade afeta a vida de estudantes universitários. Disponível no canal da FCF no YouTube, a série já conta com dois episódios, contendo explicações sobre os conceitos da neurodivergência e entrevistas com universitários que convivem com esta característica.
O primeiro vídeo da série apresenta os conceitos do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), como impactam a vida dos estudantes e o que se pode fazer para ajudar estes alunos. Já no segundo vídeo da série, o estudante da FCF e ativista pela causa das pessoas com deficiência Matheus Figueiredo Feitosa dá seu depoimento sobre a experiência de um neurodivergente na Universidade.
“O básico que os professores podem fazer é praticar a escuta ativa e a empatia. Ouvir os anseios dos alunos e realmente buscar uma mudança, não ter medo de desapegar do ensino tradicional. E também cobrar da instituição que forneça capacitações para que esses professores consigam lidar melhor com alunos neurodivergentes”, afirmou o veterano e ativista.
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Estima-se que entre 10% e 20% da população mundial se encaixe na concepção de neurodivergente, termo que surgiu nos anos 1990 com o objetivo de incluir pessoas com funcionamento cerebral atípico. Essas variações naturais do cérebro humano não necessariamente correspondem a patologias ou a problemas de cognição.
Já algumas destas diferenças podem levar a variações cognitivas, dificuldades sociais ou mesmo comportamentos repetitivos. Entre elas, estão pessoas com Transtorno do Espectro Autista, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, dislexia, dispraxia, entre outros. De acordo com dados do Censo da Educação Superior de 2022, feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), dos 79 mil alunos com deficiência que se matricularam em cursos de graduação em 2022, 8.353 têm deficiência intelectual e 6.063 têm Transtorno Global do Desenvolvimento, que inclui autistas e outros neurodivergentes. Ao todo, alunos com deficiência representaram 0,8% do total de matrículas em cursos de graduação.