A produção recente de uma nova geração de pesquisadores da ciência política no Brasil está reunida no livro A Nova Ciência da Política, tema do seminário on-line que acontece nesta quinta-feira, dia 1º, às 17h30, com transmissão pela plataforma Zoom. Lançado no final de 2020 pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, o livro traz ensaios de 18 cientistas políticos premiados ao longo dos dez anos de realização do Seminário Discente da Pós-Graduação em Ciência Política da USP – evento em que alunos de mestrado e doutorado expõem suas pesquisas -, completados no ano passado.
Com a presença dos 18 autores dos ensaios que compõem o livro, o seminário terá a participação dos professores Álvaro de Vita e Fernando Limongi, ambos do Departamento de Ciência Política da FFLCH, que farão comentários sobre A Nova Ciência da Política, e a mediação dos organizadores da obra, o professor Rogério Arantes, também do Departamento de Ciência Política da FFLCH, e o pesquisador Lucas Petroni, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), em São Paulo. A abertura será feita pelo diretor da FFLCH, professor Paulo Martins.
Com 606 páginas, A Nova Ciência da Política aborda diferentes áreas da ciência política, desde o Estado, políticas públicas, instituições representativas, eleições e partidos políticos até teoria política contemporânea e história do pensamento político e social. A política brasileira na época do Império, a municipalização da educação fundamental no Brasil, o Poder Legislativo do País durante a Primeira República (1900-1930), os discursos dos senadores brasileiros e o pensamento do crítico literário Roberto Schwarz são alguns dos temas tratados nos ensaios publicados no livro.
Na apresentação, os organizadores Rogério Arantes e Lucas Petroni analisam as causas que contribuíram para o surgimento dessa nova geração de pesquisadores. Entre essas causas está a expansão, no Brasil, da disciplina de Ciência Política, atualmente organizada em 62 programas de pós-graduação, que somam 2.500 alunas e alunos matriculados. Há 20 anos, existiam no País apenas dez desses programas.
O crescimento dessa área de estudo se deve a três fatores, de acordo com Arantes e Petroni: a redemocratização do País e a globalização – que “desafiaram as ciências sociais de um modo geral e incentivaram a especialização da ciência política em particular” -, a expansão do sistema universitário brasileiro a partir de meados dos anos 1990 e a crescente internacionalização da disciplina.
Um dos responsáveis por esse crescimento, o Programa de Pós-Graduação do Departamento de Ciência Política da FFLCH – instalado em 1974 – já formou mais de 1.100 cientistas políticos. “Considerando apenas a última década (2011-2019), foram concluídos com êxito 167 mestrados e 103 doutorados”, escrevem os organizadores. “Uma pequena, porém valiosa amostra dessa nova ciência política praticada por jovens pesquisadoras e pesquisadores chega agora ao público mais amplo, na forma desta coletânea. Nela os leitores encontrarão não apenas análises de qualidade sobre temas substantivos, mas perceberão o firme compromisso dessa nova geração com o desenvolvimento da própria ciência política.”
O seminário sobre o livro A Nova Ciência da Política, promovido pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, será realizado nesta quinta-feira, às 17h30, com transmissão pela plataforma Zoom. Evento grátis, sem necessidade de inscrição. O livro estará à venda em breve nas livrarias da Editora da USP (Edusp).
A nova geração dos pensadores do poder
Estes são os autores dos ensaios publicados no livro A Nova Ciência da Política, publicado pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
Andréa Freitas – Professora do Departamento de Ciência Política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Coordenadora do Núcleo de Instituições Políticas e Eleições do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Bacharela em Ciências Sociais pela USP, mestra e doutora em Ciência Política pela USP.
Bruno Boti Bernardi – Professor da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), no Mato Grosso do Sul. Bacharel em Relações Internacionais pela USP, mestre e doutor em Ciência Política pela USP.
Camila Góes – Doutoranda em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Bacharela em Ciências Sociais pela Unicamp e mestra em Ciência Política pela USP, com estágio de pesquisa na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.
Danilo Buscatto Medeiros – Pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e do Núcleo de Estudos Comparados e Internacionais (Neci) da USP. Bacharel em Ciências Sociais pela USP, mestre em Ciência Política pela USP e doutor em Ciência Política pela University of Virginia, nos Estados Unidos.
Davi Moreira – Bacharel em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, mestre e doutor em Ciência Política pela USP. Vencedor do Prêmio Capes de Teses de 2017 na área de Ciência Política e Relações Internacionais.
Felipe Freller – Doutorando em Ciência Política pela USP e pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, na França. Bacharel em Ciências Sociais e mestre em Ciência Política pela USP.
Jaqueline Porto Zulini – Professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo. Bacharela em Ciências Sociais pela USP, mestra e doutora em Ciência Política pela USP.
Leonardo Belinelli de Brito – Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mestre e doutor em Ciência Política pela USP.
Lucas Petroni – Pesquisador Associado do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Bacharel em Ciências Sociais e em Filosofia pela USP, mestre e doutor em Ciência Política pela USP.
Marcelo Fragano Baird – Professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo. Bacharel em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo e em Ciências Sociais pela USP, mestre e doutor em Ciência Política pela USP.
Marina Merlo – Assessora técnica da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social da Prefeitura de São Paulo. Bacharela em Ciências Sociais pela USP, mestra e doutoranda em Ciência Política pela USP.
Maurício Yoshida Izumi – Pós-doutorando pelo Centro de Política e Economia do Setor Público da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo. Bacharel em Ciências Sociais pela USP, mestre e doutor em Ciência Política pela USP.
Patrick Cunha Silva – Doutorando em Ciência Política pela Washington University in St. Louis, nos Estados Unidos. Bacharel em Ciências Sociais e mestre em Ciência Política pela USP.
Ricardo Ceneviva – Professor de Ciência Política da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Bacharel em Comunicação Social e em Ciências Sociais pela USP, mestre em Administração Pública e Governo pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo, e doutor em Ciência Política pela USP.
Roberta Nicolete – Pós-doutoranda pelo Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Doutora em Ciência Política pela USP e pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, na França. Vencedora do Prêmio Capes de Teses de 2018 e Menção Honrosa do Tese Destaque-USP de 2019.
San Assumpção – Professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Bacharela em Ciências Sociais, mestra e doutora em Ciência Política pela USP.
Sérgio Eduardo Ferraz – Bacharel em Economia e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mestre em Ciência Política pela UFPE e doutor em Ciência Política pela USP. Vencedor do Prêmio Capes de Teses de 2013 na área de Ciência Política e Relações Internacionais.
Sergio Simoni Junior – Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Bacharel em Ciências Sociais pela USP, mestre e doutor em Ciência Política pela USP.