Osusp reconstitui formato clássico de apresentação sem regente

Orquestra Sinfônica da USP apresenta obras de Mozart neste sábado, dia 6, às 20 horas, no Theatro São Pedro

 04/10/2018 - Publicado há 6 anos
Osusp apresentará obras de Mozart neste sábado, dia 6, no Theatro São Pedro – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

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A Orquestra Sinfônica da USP (Osuspabre o mês de outubro com uma apresentação especial no Theatro São Pedro, em São Paulo, neste sábado, dia 6, às 20 horas. No concerto Osusp pela Osusp, o público poderá apreciar obras consagradas de Mozart.

O repertório da apresentação destaca três obras da carreira de Mozart. Na abertura, uma das suas óperas mais conhecidas: As Bodas de Fígaro, composta em 1786. Em seguida será exibido o Concerto para Clarinete em Lá Menor, que está entre suas últimas composições. O programa será encerrado com a Grande Sinfonia em Sol Menor (Sinfonia Nº 40), de 1788. Os solos serão do clarinetista Tiago Garcia.

Osusp pela Osusp traz a música do classicismo sem regente, como era feita antigamente”, explica o diretor da Osusp, Fábio Cury, que também é fagotista e professor do Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. “Trata-se de uma oportunidade de perceber como esse costume, esquecido nas grandes orquestras, modifica o resultado para o público.”

O Theatro São Pedro, na Barra Funda, em São Paulo – Foto: Sergio Ferreira/Divulgação

Antigamente, grande parte do repertório para orquestras era feita sem maestro. A regência começou a ser introduzida no século 19, com o romantismo. Contudo, era feita de forma mais discreta e menos impositiva do que é praticado hoje. O compositor e maestro alemão Felix Mendelssohn Bartholdy foi um desses precursores.

A iniciativa deste concerto da Osusp partiu de Cury. “O músico se sente mais motivado quando não tem essa direção centralizada. No período barroco, ou mesmo no classicismo (caso das peças que serão tocadas no concerto), o músico tinha autonomia para colocar articulações novas, inserir ornamentos e improvisar. Havia a liderança do spalla (o primeiro violino) ou mesmo do compositor, mas não havia um regente.”

Na hierarquia das orquestras o spalla exerce uma liderança natural, assim como os chefes de naipes (solistas dos outros instrumentos), mesmo sem regente.

O diretor da Osusp explica: “Quando toca sem regente, o músico precisa conhecer melhor a partitura, a obra de uma maneira geral, saber com mais precisão os momentos em que ele entra, conhecer a parte de seus colegas, especialmente daqueles naipes que tocam com maior frequência junto com ele”.

Escadarias do Theatro São Pedro – Foto: Sergio Ferreira/Divulgação

“Por outro lado, ele tem mais autonomia, mais iniciativa, mais liberdade para imprimir a sua interpretação. Dá uma realização maior para o músico sem essa direção do maestro. Devemos lucrar bastante”, exalta Cury.

Em repertórios com grande complexidade rítmica, porém, a figura do regente é essencial, diz Cury. “Não vamos fazer a Sagração da Primavera, de Igor Stravinsky, sem regente. Em alguns casos, ele é essencial. Mas em repertórios mais clássicos é uma iniciativa prazerosa e gratificante, até para mostrar para o público que isso é mais comum do que se imagina”, completa.

O concerto Osusp pela Osusp será realizado neste sábado, dia 6, às 20 horas, no Theatro São Pedro (Rua Barra Funda, 171, na Barra Funda, em São Paulo). Os ingressos custam R$ 30 (inteira)  e R$ 15 (meia) e podem ser adquiridos no site www.ingressorapido.com.br. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3091-3000 e no endereço eletrônico www.sinfonica.usp.br

Elcio Silva

Cartaz de divulgação do concerto da Osusp – Clique para ampliar

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