Orquestra Sinfônica da USP se apresenta com coral indígena

Encontro entre a orquestra e músicos da etnia Guarani acontece neste sábado, dia 29, às 16 horas, na Cidade Universitária

 27/04/2023 - Publicado há 1 ano
O coral Amba Werá: ao lado da Orquestra Sinfônica da USP, conjunto vai apresentar músicas próprias, como Nhanderu Tenonde, Xondaro (“Dança dos Homens”), Nhane Nbarete e Tangará (“Dança das Mulheres”) – Foto: José Calixto

 

A Orquestra Sinfônica da USP (Osusp) apresenta neste sábado, dia 29, às 16 horas, no Anfiteatro Camargo Guarnieri, na Cidade Universitária, em São Paulo, uma programação especial em homenagem aos povos originários. O concerto conta com a participação do grupo musical Amba Werá, da aldeia indígena Guarani Tekoha Pyau, no Jaraguá, zona norte da capital paulista. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser adquiridos antecipadamente na plataforma Appticket.

O Coral Amba Werá, coordenado por Maurício Biguai Poty, é composto de 13 pessoas, entre coralistas, dançarinos e músicos instrumentistas, que atuam dentro e fora da aldeia Tekoha Pyau. A origem do grupo é de indígenas de aldeias oriundas do Paraná e da cidade de São Paulo.

Logotipo da Orquestra Sinfônica da USP (Osusp) – Foto: Reprodução

Além da apresentação principal, que faz parte da série Concertos da Torre do Relógio, será realizado um bate-papo no intervalo sobre A Cultura dos Povos Originários, com o professor Danilo Silva Guimarães, docente indígena de ancestralidade Tikmu’un (Maxakali) do Instituto de Psicologia (IP) da USP, e com a professora Soraia Chung Saura, especialista em pedagogia do movimento do corpo humano, da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE), ambos da USP, sob a mediação da professora Marli Quadros Leite, pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária da USP.

Danilo Guimarães é membro fundador e coordenador da Rede de Atenção à Pessoa Indígena e da Casa de Culturas Indígenas da USP, localizada na Cidade Universitária. Soraia Saura desenvolve pesquisas relativas ao corpo e suas intersecções com produções culturais, artísticas, de lazer, jogos tradicionais e esporte, com ênfase antropofilosófica e na área dos estudos do imaginário.

A programação, que terá regência do maestro Gil Jardim e videomapping da artista visual Roberta Carvalho, mescla obras de Igor Stravinsky (O Pássaro de Fogo, Suíte), Henrique de Curitiba (Poema Sonoro – Evocação das Montanhas), Heitor Villa-Lobos (Choros nº 3) e Cláudio Santoro (Ponteio) com as músicas do grupo Amba Werá: Nhanderu Tenonde, Xondaro (“Dança dos Homens”), Nhane Nbarete, Tangará (“Dança das Mulheres”) e Ambá Werá.

Para Jardim, a iniciativa “busca valorizar a diversidade cultural e promover a inclusão por meio da arte e da música”. Segundo o maestro, “o espetáculo será uma oportunidade para que o público conheça a música do povo Guarani e se sensibilize para a importância da preservação de suas tradições”.

As músicas eruditas escolhidas dialogam com a homenagem que será realizada aos povos originários. Pássaro de Fogo, de Stravinsky, inspirada em um conto popular russo, apresenta elementos fantásticos e sobrenaturais, mas também a busca pelo conhecimento e pela sabedoria. O conto relata a história de um pássaro mágico, capaz de conceder desejos, que é capturado por um príncipe. Apesar de seu poder, o pássaro é libertado em troca de um favor e futuramente ajuda o príncipe a vencer um malvado feiticeiro.

“É possível estabelecer uma ligação entre o Pássaro de Fogo, de Stravinsky, e o propósito do concerto em homenagem aos povos originários, na medida em que ambos celebram a diversidade cultural e a importância de valorizar diferentes perspectivas e tradições”, destaca Jardim.

Em Poema Sonoro (Evocação das Montanhas), de Henrique de Curitiba, o ambiente sonoro destaca a paisagem montanhosa descrita no título. Heitor Villa-Lobos criou boa parte de suas obras baseada em temas da cultura popular brasileira e, em Choros nº 3, utilizou uma melodia típica dos indígenas parecis. Ponteio, uma das obras mais conhecidas de Cláudio Santoro, “possui um tema lírico sobre um ostinato rítmico vivo e marcante, reexposto após uma sessão lenta contrastante”, explica o maestro.

A série Concertos da Torre do Relógio busca integrar diferentes áreas do conhecimento por meio da música e da arte. O tema deste ano, Fantasia e Realidade, explora as relações entre o imaginário e o mundo real.

O Concerto Homenagem aos Povos Originários, da Orquestra Sinfônica da USP (Osusp), acontece neste sábado, dia 29, às 16 horas, no Anfiteatro Camargo Guarnieri (Rua do Anfiteatro, 109, Cidade Universitária, em São Paulo). Grátis. Ingressos podem ser retirados na plataforma Appticket. Parte dos ingressos será distribuída no dia do evento. A Osusp sugere ao público a doação de 1 quilo de alimento não perecível.

Por Élcio Silva, da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária


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