A Orquestra Sinfônica da USP (Osusp) vai confirmar seu caráter inovador e mesclar o erudito e o rap em apresentação gratuita nesta sexta-feira, dia 29, às 12h30, no Anfiteatro Camargo Guarnieri, na Cidade Universitária, em São Paulo. Com mais de 400 lugares disponíveis, a apresentação é aberta a toda a população, sem a necessidade de vínculo com a USP.
Sob a regência da mineira Mariana Menezes, o repertório exibe na abertura a Suite nº 2 para Orquestra de Câmara, de Heitor Villa-Lobos, em cinco movimentos. Composta em 1959 – ano da morte do compositor -, é dedicada à sua esposa, Arminda Neves de Almeida, conhecida como Mindinha. No solo, o trombonista estadunidense Darrin Coleman Milling, único solista negro estrangeiro a integrar o corpo musical fixo da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), interpreta na sequência a obra Across Continents (Atravessando Continentes), estreia mundial feita especialmente para ele pelo compositor negro estadunidense Trent Johnson, com elementos da bossa nova e das imagens naturais dos Estados Unidos.
O programa traz na diversidade seu ponto forte. Além de Mariana, na condução, a compositora, pianista e arranjadora Juliana Ripke assina Invenções Brasileiras nº 1 para Trombone Baixo e Orquestra, outra estreia mundial, e a rapper Ju Durães, co-fundadora do grupo Breaking Myths (Quebrando Mitos), completa o time de mulheres convidadas.
A partir da representatividade das mulheres e dos negros à frente da orquestra, a apresentação faz uma entrega do erudito para o hip hop com a apresentação do grupo Breaking Myths, do qual o solista também participa e é co-fundador, desta vez assinando como MC Milling. O MC e produtor musical LC Mago dos Beats fecha a tríade com Ju Durães e Milling.
“Nosso programa finaliza de forma incrível, que é a apresentação do grupo de rap Breaking Myths. Todo o repertório faz uma entrega para esse grande momento, que vai trazer públicos de outras regiões de São Paulo que gostam da música erudita e da música popular. Será uma grande surpresa”, destaca a regente Mariana.
Para ela, o simbolismo da apresentação é representativo. “Esse nome, Quebrando Mitos, é muito simbólico, porque a música é isso, ela não tem barreiras, ela atravessa e é válida, contanto que atinja o coração das pessoas”, completa.
“O concerto desta sexta será minha primeira oportunidade de solar à frente de uma orquestra profissional em São Paulo”, afirma Milling. “Já estive em Brasília, na Orquestra Nacional, a convite do maestro Cláudio Cohen, e agora tenho esse privilégio de estar à frente da Osusp, sob a regência de Mariana Menezes.”
Idealizado com o ex-diretor da Osusp, Fábio Cury, o concerto que faz a junção de música erudita e hip hop traz para o palco do Anfiteatro Camargo Guarnieri a trajetória de vida de Milling. Interessado desde muito jovem pelo gênero musical, foi só em 2016, com a morte da mãe, que resolveu expressar suas ideias e pensamentos também como rapper. Com o grupo Quebrando Mitos, que criou com Ju Durães, iniciou os trabalhos nos estúdios de LC Mago dos Beats, em Diadema. Milling também foi conselheiro da Fundação Osesp e do Projeto Guri.
O concerto da Orquestra Sinfônica da USP (Osusp) acontece nesta sexta-feira, dia 29, às 12h30, no Anfiteatro Camargo Guarnieri (Rua do Anfiteatro, 109, Cidade Universitária, São Paulo). Grátis. É obrigatório o uso de máscara e comprovação de vacinação. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3091-3000 e no site da Osusp.
Elcio Silva, da Assessoria de Imprensa da Pró-reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP.