Osusp: último concerto da temporada 2017 – Foto: Cecília Bastos/USP imagens
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Uma programação especial com músicas brasileiras para homenagear a trajetória da USP é o evento que a Orquestra Sinfônica da USP (Osusp) está organizando para encerrar a temporada 2017. O concerto vai ser apresentado neste sábado, dia 9, às 21 horas, e também no domingo, dia 10, às 16 horas, na Sala São Paulo. Conta com a participação da Orquestra de Câmara (Ocam), do Coral da USP (Coralusp) e do Coro de Câmara Comunicantus. Os concertos terão a participação especial da soprano Rosemeire Moreira.
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Antes, na sexta-feira, dia 8, às 12h30, a orquestra realiza o tradicional ensaio aberto. Será no auditório do Centro de Difusão Internacional (CDI) da USP, na Cidade Universitária. O evento é gratuito e todos os professores, funcionários, estudantes e a população em geral estão convidados a apreciar.
À frente dos músicos estará o maestro Gil Jardim, professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e diretor artístico da Ocam. A programação inclui a Sinfonia nº 2 Uirapuru, de Camargo Guarnieri, Anunciação, de Olivier Toni, e Alegres Trópicos – Um baile na Mata Atlântica, de Gilberto Mendes. “Há uma grande expectativa por esse programa conjunto da Osusp, Ocam, Coralusp e Comunicantus”, diz o professor Jardim. “Trata-se de um encontro muito especial e sentimos que todos estão receptivos à colaboração em amplo sentido.”
Estamos inaugurando um tempo de cooperação e respeito ao escopo de cada um de nossos organismos dentro da USP, assim como o respeito à pluralidade de tendências existente dentro de cada um deles.”
Ao homenagear a história da USP, a Osusp resgata, segundo Gil Jardim, a história dos três grandes organismos musicais da USP no campus da capital. “Hoje, com calma, podemos revisitar as distintas posições políticas e estéticas que cada um dos líderes desses grupos exerceu”, afirma. “A fundação e os primeiros anos desses organismos ocorreram sob a ditadura militar, um tempo de cicatrizes incuráveis.”
O maestro lembra do legado deixado pelos protagonistas históricos Benito Juarez, do Coralusp, Olivier Toni, do Departamento de Música da ECA, e Camargo Guarnieri, da Osusp, responsáveis por um legado de que, hoje, os músicos da Universidade desfrutam. “A música clássica de expressão nacionalista, a música alinhada com a vanguarda pós-segunda escola de Viena e a música brasileira popular ou clássica ouvida pela voz da comunidade universitária se tornaram características genotípicas da sonoridade musical da USP e é natural enxergar que os desdobramentos desses traços coexistem nos dias atuais”, esclarece. “Estamos inaugurando um tempo de cooperação e respeito ao escopo de cada um de nossos organismos dentro da USP, assim como o respeito à pluralidade de tendências existentes dentro de cada um deles.”
As obras de três grandes compositores foram escolhidas para encerrar o programa 2017: Camargo Guarnieri (1907-1993), Olivier Toni (1926-2017) e Gilberto Mendes (1922-2016). “O compositor, maestro, pedagogo e pesquisador Olivier Toni foi uma figura de um grau de empreendedorismo raríssimo, pois fundou boa parte dos equipamentos musicais que a cidade de São Paulo possui, entre os quais a Escola Municipal de Música e a Orquestra Jovem Municipal, organismos públicos acessíveis e fundamentais para a formação musical dos jovens em São Paulo”, observa o professor Gil Jardim. “Na USP, foi fundador do Departamento de Música da ECA, que dirigiu por uma década e meia pelo menos, e criou a Ocam, além de ter sido um dos articuladores do nascimento da própria Osusp.”
Guarnieri, segundo o professor e maestro, assumiu a direção da recém-criada Osusp, um cargo que exerceu até o fim da vida. “Quando chegou à Universidade, já era compositor consagrado, emancipado sob o olhar de Villa-Lobos e Mário de Andrade, já estava inserido e bem notado no forte cenário musical norte-americano”, destaca Jardim, lembrando que o acervo musical e pessoal de Camargo Guarnieri se encontra no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP.
O professor e compositor Gilberto Mendes, que marcou presença no cenário internacional com a sua criatividade e irreverência, é homenageado na programação. “Foi um dos pioneiros da música concreta no Brasil, da música aleatória, da música serial integral, da incorporação da ação musical à composição com a criação do teatro musical, do happening”, assinala o maestro. “Gilberto foi fundador do Festival Música Nova, em Santos, que hoje está sediado no Departamento de Música da USP de Ribeirão Preto, e foi docente do Departamento de Música em São Paulo, pelo qual se aposentou.”
O ensaio aberto e gratuito da Orquestra Sinfônica da USP (Osusp) acontece nesta sexta-feira, dia 8, às 12h30, no auditório do Centro de Difusão Internacional (CDI) da USP (Avenida Professor Lúcio Martins Rodrigues, 310, Cidade Universitária, em São Paulo).
A apresentação da Osusp na Sala São Paulo será nos dias 9 de dezembro, sábado, às 21 horas, e 10 de dezembro, domingo, às 16 horas. A Sala São Paulo fica na Praça Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos, São Paulo, ao lado da estação Júlio Prestes. Os ingressos custam de R$ 20,00 a R$ 70,00. Mais informações pelo tel. (11) 3367-9500.
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