Acervos da USP incluem originais do geógrafo francês Pierre Monbeig

Documentos sobre o geógrafo são um dos arquivos do Instituto de Estudos Brasileiros em destaque neste mês

 24/09/2020 - Publicado há 4 anos
Waldisa Rússio, Pierre Monbeig e Francisco Mignone são os destaques de setembro do Arquivos do Mês, projeto do IEB – Foto: Reprodução / IEB

Datilografados em 32 folhas no idioma português e datados de 1940, os originais de O Estudo Geográfico das Cidades, do geógrafo francês Pierre Monbeig (1908-1987) – integrante da chamada “missão francesa” de professores que formaram o primeiro corpo docente da USP, nos anos 30 -, estão guardados na caixa 5 da sala 1 do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP. Neles, Monbeig aborda questões referentes à formação, situação e funções do espaço urbano e analisa os aspectos naturais e humanos que condicionam as cidades, enfatizando que “cabe ao geógrafo realizar uma interpretação geográfica de fatores históricos, sociológicos e econômicos” das aglomerações urbanas. Disponíveis para consulta (após as restrições impostas pela pandemia de covid-19), esses originais fazem parte do Arquivo Pierre Monbeig do IEB, composto de 980 itens relacionados ao geógrafo francês, entre manuscritos, cadernos de pesquisa, trabalhos de campo e fotografias.

O acervo de Monbeig é um dos destaques de setembro do Arquivos do Mês, projeto do IEB voltado para a divulgação da documentação sob sua guarda. Outros dois acervos também são destacados: o da museóloga Waldisa Rússio (1935-1990) e o do compositor Francisco Mignone (1897-1986).

De Waldisa – uma das mais importantes museólogas do Brasil -, o IEB conserva 6.717 itens, que abarcam vários aspectos da sua carreira, desde os anos de formação até originais de seus livros e documentos relacionados à época em que atuou à frente do Grupo Técnico de Museus da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, em 1976. Um desses itens é um artigo publicado em 16 de dezembro de 1979 no jornal O Estado de S. Paulo, com o título Os Museus e a Criança Brasileira, também disponível para consulta (após a pandemia). “Nele a museóloga discute a importância dos museus na formação das crianças por se tratar da fase de maior internalização dos bens e valores culturais”, como consta na descrição do documento. “Ela contextualiza a situação brasileira no que diz respeito a essa relação entre crianças e museus e enfatiza o museu como espaço de formação de consciência individual, social e histórica.”

Waldisa foi funcionária pública do governo do Estado de São Paulo entre 1965 e 1990. Uma das fundadoras do Festival de Inverno de Campos do Jordão, participou da reorganização de instituições como o Museu da Casa Brasileira, o Museu de Arte Sacra de São Paulo, o Museu da Imagem e do Som e a Pinacoteca do Estado de São Paulo, além de ter criado o Museu Casa Guilherme de Almeida. “Ao final da década de 1970, criou e organizou o Curso de Especialização em Museologia do Museu de Arte de São Paulo (Masp), em parceria com a Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, o primeiro em nível de pós-graduação no Estado e no País”, de acordo com o site do IEB.

Já o arquivo de Francisco Mignone ainda se encontra em fase de organização e descrição. Ele não inclui as partituras originais do compositor, que foram doadas à Divisão de Música da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Paulistano, Mignone se graduou em 1917 no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, formando-se em Flauta, Piano e Composição. De 1920 a 1929, estudou na Itália graças a uma bolsa de estudos. De volta ao Brasil, fixou residência no Rio de Janeiro. “Dono de escrita fluida, tanto no campo da música sinfônica quanto no campo da música de câmara, escreveu para canto e piano, assim como para bailados, óperas e trilhas sonoras de filmes. Na vida pública, assumiu a liderança de postos importantes da organização artística e musical, auxiliando na divulgação do repertório brasileiro”, informa o site do IEB.

Mais informações sobre o projeto Arquivos do Mês estão disponíveis no site do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP. Clique aqui.

 

 


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