Pacientes que tiveram covid-19 podem apresentar sequelas um ano após alta hospitalar

Como o coronavírus pode atingir os alvéolos e, a partir daí, a corrente sanguínea e outros órgãos, há riscos de gerar as sequelas mais diversas

 09/08/2021 - Publicado há 3 anos     Atualizado: 13/08/2021 às 13:24
O coronavírus atinge a região dos alvéolos, permitindo o acesso e circulação do vírus na corrente sanguínea, podendo causar danos em diversos órgãos – Foto: Pixabay
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Dados de uma pesquisa feita pelo Hospital das Clínicas (HC) apontam que cerca de 70% dos pacientes que tiveram covid-19 um ano após alta hospitalar apresentam algum tipo de sequela. Entre os casos analisados foram relatados episódios de fraqueza, fadiga e falta de ar, entre outros. A pesquisa foi feita através do acompanhamento de pacientes que foram internados no HC.

“Se você perguntar se isso nos surpreendeu, sem dúvida nenhuma”, contou ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição o médico Carlos Carvalho, pneumologista e diretor da UTI Respiratória do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). De acordo com o especialista, esse tipo de infecção, mesmo em vírus respiratórios ou sazonais, como o H1N1 ou a dengue, tende a não gerar sequelas nos infectados. 

De acordo com Carvalho, os vírus respiratórios costumam contaminar células localizadas nas vias respiratórias superiores — nariz, garganta e traqueia —, limitando os danos causados. No entanto, o coronavírus utiliza as vias respiratórias superiores como porta de entrada e atinge as vias respiratórias inferiores, onde está localizada a região dos alvéolos, permitindo o acesso e circulação do vírus na corrente sanguínea e podendo causar danos em diversos órgãos.

A pesquisa contou com a participação de 15 áreas e especialidades para entender o real escopo que as sequelas podem assumir, desde a pneumologia até a psiquiatria. O intuito dessa ampla averiguação é entender quais podem ser as reais sequelas causadas pela doença e a melhor maneira de tratar cada caso. Para o especialista, espera-se que a pesquisa possa ser utilizada para a criação de protocolos de atendimento que possam ser mais adequados com o perfil de sequelas que o paciente possa vir a desenvolver.


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