Artigo discute a importância da vacinação dos alunos de medicina

Publicado na “Revista de Medicina”, artigo discute a responsabilidade das Instituições de Ensino Superior (IES) da área da saúde na promoção de projetos de imunização e contenção de infecções dos estudantes

 10/08/2021 - Publicado há 3 anos     Atualizado: 27/05/2022 as 15:22

Os autores defendem que é urgente que os estudantes de medicina estejam, ao menos, livres das endemias, para poderem reagir e se proteger melhor diante do inimigo gerador da atual pandemia – Foto: Jornal do Campus

 

Margareth Artur/Revistas da USP

Atualmente, muitos estudantes de medicina estão em campo, auxiliando professores e equipes de enfermagem no cuidado com as pessoas contaminadas pela covid-19. Porém, se os alunos estão em campo, é primordial que estejam vacinados. Mas não é o que está acontecendo em várias cidades brasileiras. Esse tema é discutido no artigo Vacinação dos estudantes de medicina e o papel das instituições de ensino superior na prevenção primária, publicado na Revista de Medicina.

Segundo os autores, é importante que se tenha dados relacionados ao “conhecimento dos acadêmicos de medicina sobre imunização profilática” e como essa questão é vista pelas Instituições de Ensino Superior (IES), “que oferecem graduação em medicina, sobre vacinação dos acadêmicos”.

Os autores explicam que as IES da área da saúde são responsáveis por cumprir o compromisso de promover projetos e conteúdos visando à imunização e contenção de infecções dos estudantes de medicina. Eles citam que, de acordo com algumas pesquisas, resultados favoráveis e benéficos são produtos da infraestrutura hospitalar, da redução de doenças infecciosas e da “vacinação profilática obrigatória”, sobretudo para “indivíduos que possuem contato habitual com ambientes hospitalares”. Segundo o artigo, a situação se agrava pelo fato de os hospitais e as faculdades não se preocuparem com a imunização dos alunos ao iniciarem seus estágios.

No Brasil, o Programa Nacional de Imunização (PNI) é o responsável pelas vacinações e contenção de muitas endemias mas, atualmente, com o movimento antivacina proliferando nas mídias, doenças como a febre amarela, a tuberculose e o sarampo não estão sendo controladas de forma mais abrangente e eficaz, não são levadas a sério e o descaso impera entre a população. Os autores ressaltam a importância da comprovação de vacinas, quais e quando são exigidas, propondo-se também a analisar o conhecimento dos acadêmicos sobre imunização profilática e saúde ocupacional. 

Se os profissionais da área da saúde não forem vacinados, serão potenciais disseminadores de outras doenças infectocontagiosas, e não apenas da covid-19 – Vacinação – Foto: Freepik


Pelos estudos realizados, alunos de medicina não estão habituados a aterem-se ao chamado “
calendário vacinal”, mas é preciso lembrar também que muitos não querem tomar vacinas, o que resulta na “falta de imunização de doenças como a hepatite B e o tétano”. O artigo chama a atenção para a falta de um empenho real de instituições da área médica para erradicar doenças que estão circulando há tempos no País. Os autores defendem que é urgente que os estudantes de medicina estejam, ao menos, livres das endemias, para poderem reagir e se proteger melhor diante do inimigo gerador da atual pandemia. Porém, se por um lado os estudantes querem ser imunizados contra a covid-19, por outro lado enfrentam negligências de instituições quanto a vaciná-los. O papel das instituições é exigir “o cartão vacinal”, principalmente para os estudantes de medicina, mas parece que isso não tem sido realizado da maneira prevista.

Hoje, nesse verdadeiro colapso mundial de saúde, muitos estudantes de medicina estão nos hospitais e enfermarias para compor um quadro de profissionais que lidam com a covid-19. O auxílio que os alunos prestam também se deve à relação desigual entre os médicos, estagiários e enfermeiros e à enorme quantidade da população que contraiu o vírus. Se esses profissionais não forem vacinados, serão potenciais disseminadores de outras doenças infectocontagiosas, e não apenas da covid-19. E o incentivo das práticas de vacinação em massa pelos Estados é uma estratégia fundamental na prevenção de doenças.

Artigo

ALMEIDA, A. A.; NEVES, B. R.; PALHARES, F. R. D.; RAPOSO, F. B. C.; HANDERE, M. P.; FREITAS, Y. de O.; CUPERTINO, M. do C. Vacinação dos estudantes de medicina e o papel das instituições de ensino superior na prevenção primáriaRevista de Medicina, São Paulo, v. 100, n. 2, p. 112-118, 2021. ISSN: 1679-9836. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v100i2p112-118. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/175140. Acesso em: 25 maio 2021.

Contatos

Angélica Aparecida Almeida – Escola de Medicina, Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga (Fadip), Ponte Nova, MG. angelicaalmeidavzp@hotmail.com

Bruna Ramos Neves – Escola de Medicina, Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga (Fadip), Ponte Nova, MG. brunaramosneves@hotmail.com

Felipe Ribeiro Dutra Palhares Escola de Medicina, Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga (Fadip), Ponte Nova, MG. felipe.palhares@hotmail.com

Flavia Bruno Cursino Raposo Escola de Medicina, Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga (Fadip), Ponte Nova, MG. flavinhabcr@gmail.com

 Matheus Pascoal Handere Escola de Medicina, Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga (Fadip), Ponte Nova, MG. matheushandere01@gmail.com

Yara de Oliveira Freitas Escola de Medicina, Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga (Fadip), Ponte Nova, MG. yarafreitas@outlook.com

Marli do Carmo Cupertino Escola de Medicina, Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga (Fadip), Ponte Nova, MG, e Departamento de Medicina e Enfermagem, Universidade Federal de Viçosa (UFV), Viçosa, MG. marli.cupertino@ufv.br


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