Pesquisadores da USP em Ribeirão Preto realizaram um estudo clínico que avaliou a eficácia da colchicina, medicamento usado há décadas no tratamento da gota, em pacientes hospitalizados pela covid-19. Os resultados indicaram que o fármaco pode ajudar a combater a inflamação pulmonar e a acelerar a recuperação de pacientes com as formas moderada e grave da doença.
Divulgado com informações equivocadas nas redes sociais, o estudo tem como conclusão que a adição da colchicina ao tratamento-padrão da covid-19 levou à redução do tempo de uso de oxigênio suplementar e do tempo de internação. “Em abril de 2020, quando a análise foi feita, o tratamento-padrão da instituição era com azitromicina, hidroxicloroquina e heparina sódica. Ou seja, todos os pacientes do estudo receberam a mesma medicação”, afirma Paulo Louzada Junior, que é coautor do artigo e professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.
Os participantes do estudo foram divididos em dois grupos, sendo que metade recebeu a adição de colchicina ao tratamento-padrão e a outra metade recebeu somente o tratamento-padrão. “O que pode ser dito, e de fato é dito no artigo, é que não houve evento adverso grave pelo uso combinado dessas medicações. Ressaltamos que não é possível compreender um ensaio clínico, com suas limitações e importância, somente pela leitura do resumo”, completa.
Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores ressaltam que não é recomendado o uso indiscriminado da colchicina para prevenção ou tratamento da covid-19. “É preciso um novo estudo com mais pacientes para confirmar os benefícios e analisar o comportamento do fármaco em casos mais graves da doença”, finaliza.
O professor ainda revela que o grupo de pesquisadores continua, como estudo aberto, a avaliação da eficácia da colchicina como tratamento coadjuvante à heparina e corticoide, nos pacientes com covid-19 internados em enfermaria devido as suas formas moderadas ou graves.
Mais informações sobre o estudo podem ser obtidas na matéria completa de Júlio Bernardes no Jornal da USP:
E na matéria de Karina Toledo da Agência Fapesp neste link.