Vacinação contra covid mostra resultados na redução de óbitos e de internações

Segundo o professor Paulo Lotufo, apesar da perspectiva de queda ser um indício de efetividade da vacinação, ainda serão necessários cuidados devido ao risco das variantes

 06/07/2021 - Publicado há 3 anos
Um dos fatores que contribuíram para a queda foi a priorização que os idosos tiveram no plano de vacinação – Foto: Cristine Rochol/PMPA
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Há uma queda na média geral de mortes por covid-19 no Brasil. O número de internações e óbitos, especialmente no grupo dos idosos, desacelerou nos últimos meses. Os números refletem os resultados do plano de vacinação, iniciado há cerca de seis meses. A imunização da população começa a apontar indícios de que está fazendo efeito na melhoria dos indicadores no Brasil, mas até que ponto?

“Quando observamos os dados de mortalidade, principalmente no município de São Paulo, onde existe um acompanhamento bastante rigoroso por data de ocorrência, nós vemos que começou a cair, primeiro entre os acima de 80 anos, depois entre os 70 e 79 e agora entre 60 e 69 anos”, contou ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição o epidemiologista e professor Paulo Lotufo, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP. Segundo ele, no início de janeiro, cerca de 80% das mortes relacionadas à covid ocorriam com pessoas acima de 70 anos. Hoje, essa maioria ocorre com pessoas abaixo de 60 anos. De acordo com o professor, essa queda se dá devido à priorização que os idosos tiveram no plano de vacinação, cujo objetivo primário era reduzir a mortalidade da doença. 

De acordo com Lotufo, a queda no número de internações, por mostrar a real situação da pandemia, é um indicativo da importância da vacinação. “Estamos vendo que realmente está tendo uma queda aqui em São Paulo, tanto nos hospitais particulares quanto nos hospitais públicos”, comenta o professor. Ele complementa, colocando que isso leva a crer que o impacto da vacina é importante, mesmo com o relaxamento das atitudes de distanciamento social frente às novas variantes do vírus. 

Lotufo destaca a especificidade da vacinação, devido ao número de informações em torno da vacina. De acordo com ele, acreditando nas informações que são fornecidas sobre a produção e chegada de vacinas, é possível projetar que, em meados de setembro, todas as pessoas acima de 18 anos receberam a primeira dose. Ele ressalta que, mesmo assim, ainda serão necessários cuidados em relação à transmissão da doença, pois existe a possibilidade das variantes. “Nenhuma vacina é 100%, existe a chance de transmissão”, completa.


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