Pílula anticoncepcional é um dos métodos contraceptivos mais conhecidos, mas pode também ser utilizada para tratar alguns tipos de acne decorrentes de distúrbios hormonais. O problema é que, para a indicação, a pessoa precisa passar antes por exames que confirmem o diagnóstico da alteração hormonal, o que nem sempre ocorre, como avalia a professora Ana Carolina Japur de Sá Rosa e Silva da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.
A situação preocupa, já que, segundo o Comitê Científico do Centro Latino Americano de Saúde e Mulher, Brasil, Uruguai e Chile são os países que mais consomem essas pílulas na América Latina, somando, juntos, cerca de 116 milhões de mulheres usando o método. No Brasil, a pílula é usada desde 1962.
Para a professora da USP, a medicação pode ser prescrita por dermatologistas para o tratamento de acne, mas são necessários exames prévios para comprovar a alteração hormonal. É que o método é eficaz no tratamento estético, mas também pode apresentar reações secundárias indesejáveis, como aumento de peso, dores de cabeça, alterações de humor, diminuição da libido e alterações no estado de ânimo, mas podem até levar a maiores riscos, como trombose ou problemas cardiovasculares.
Outros métodos contraceptivos
Ana Carolina informa que, para os casos de acne, a pílula contraceptiva é a mais recomendada, mas, como contraceptivo, hoje existem muitos outros métodos que podem atender ao interesse das mulheres e, facilmente, substituir as pílulas. O dispositivo intrauterino (DIU), por exemplo, diz a professora, usa o fármaco Levonorgestrel. É conhecido como DIU hormonal e apresenta mecanismos que vão além da inibição de ovulação, acarretando menores efeitos secundários.
Esse sistema contraceptivo, segundo Ana Carolina, evita o aumento do risco cardiovascular e de trombose verificado nas pílulas contraceptivas. No entanto, o método oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em algumas regiões não cobre todo o País.
Jornal da USP no Ar
Jornal da USP no Ar no ar veiculado pela Rede USP de Rádio, de segunda a sexta-feira: 1ª edição das 7h30 às 9h, com apresentação de Roxane Ré, e demais edições às 14h, 15h, 16h40 e às 18h. Em Ribeirão Preto, a edição regional vai ao ar das 12 às 12h30, com apresentação de Mel Vieira e Ferraz Junior. Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo do Jornal da USP no celular.