Acompanhe a entrevista da jornalista Silvana Pires com o professor Alvino Augusto de Sá, da Faculdade de Direito da USP, a primeira de duas entrevistas sobre a crise nos presídios:
.

De repente, a rebelião em presídios parece ter virado moda, ainda que uma moda chocante, sangrenta e impiedosa. A primeira delas aconteceu na virada do ano, em Manaus, onde a guerra entre facções rivais deixou um saldo de 60 mortos. Cinco dias depois, em nova rebelião, dessa vez em Boa Vista, Roraima, outros 33 detentos perderam a vida. O mais recente conflito entre detentos se deu no sistema prisional do Rio Grande do Norte. Entre a tarde de sábado, dia 14, e a manhã de domingo, dia 15, 26 presos morreram.
Os três massacres nesses presídios, sempre envolvendo a disputa pelo poder entre grupos rivais, fizeram um total de 119 vítimas. O problema é grave, complexo, e de nenhuma maneira acidental. Essas rebeliões são anunciadas, diz o professor Alvino Augusto de Sá, do Departamento de Criminologia Clínica da Faculdade de Direito da USP. Ele acompanha de perto a situação dos presídios do País, tendo trabalhado 33 anos no sistema prisional. Em entrevista à repórter Silvana Pires, o professor afirma: o problema básico é a superpopulação carcerária.