Rejeição de vacinas evidencia falhas de comunicação

Ciência fracassou em dialogar com a população e mídia não realizou a divulgação corretamente, afirma especialista

 12/09/2018 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 14/09/2018 às 18:30

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A gripe espanhola de 1918 foi uma das mais letais pandemias da nossa história. Sua gravidade pode ser explicada pela falta de vacina e pela ausência de imunidade contra a forma mutante do vírus influenza. O simpósio Ciência e Vacinas: Desafios à Educação e Comunicação, promovido pelo Instituto Butantan, abordará sobre o recente movimento contra as vacinas, os desafios da comunicação e as estratégias educativas necessárias para superar esse momento. O Jornal da USP no Ar conversou sobre o cenário brasileiro de vacinação com Luciana Monaco, do Núcleo de Difusão do Conhecimento do Instituto Butantan e coordenadora do Programa 100 anos da Gripe Espanhola, que é responsável pelo evento.

Apesar de ser uma decisão tomada individualmente, aderir à vacinação ou não é uma escolha de impacto coletivo e social, segundo a especialista. Ela também fala sobre o Programa Nacional de Vacinação, que já dura 40 anos e oferece acesso gratuito a vacinas. Porém, as metas propostas pelo governo não foram atingidas e até mesmo doenças consideradas erradicadas podem voltar a ameaçar os brasileiros, como o sarampo e a poliomielite.

Foto: Valdecir Galor / SMCS via Fotos Públicas

Luciana atribui o cenário a falhas de comunicação. De um lado, pesquisadores não conseguiram dialogar adequadamente com a população sobre a importância científica das vacinas e a mídia fracassou em realizar a divulgação corretamente. Mesmo sem estudos suficientes na área, a especialista elenca fatores que podem ter causado essa grande rejeição às vacinas: dificuldade de acesso a determinadas regiões do Brasil e carência de políticas públicas e de campanhas que estimulem a vacinação. 

O simpósio tratará dos desafios frente aos movimentos antivacinas e contará com a participação de especialistas em comunicação e filosofia para palestrar sobre estratégias educativas, a fim de permitir que a população entenda a importância da vacinação.

Jornal da USP no Ar, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.

Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93,7, em Ribeirão Preto FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular. Você pode ouvir a entrevista completa no player acima.

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