Com o novo marco do saneamento básico, a meta é que os serviços de coleta e tratamento de esgoto atendam 90% da população e que haja água potável em casa de 99% dos habitantes do País até dezembro de 2033. No entanto, essas tarefas não são tão fáceis de serem executadas na prática, principalmente para regiões mais afastadas, periféricas ou localizadas em terrenos irregulares.
Para os bairros com pouca infraestrutura, a importância da aprovação do marco é ainda maior, mas os desafios também crescem, segundo o professor José Carlos Mierzwa, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Escola Politécnica (Poli) da USP. “A dúvida é se as empresas escolhidas por licitação vão conseguir levar esses serviços para todo mundo, incluindo as populações mais dispersas, em áreas rurais para todo mundo. O custo da implantação de uma rede é alto, portanto os governos devem tentar adotar alternativas isoladas e específicas para cada lugar”, conta ele.
Para atender à demanda dessas regiões, o setor privado deve atuar expandindo os serviços em conjunto com as Prefeituras, investindo em inovação tecnológica. De acordo com Mierzwa, isso beneficiará não só a eficiência do tratamento e coleta de esgoto, mas também ajudará o meio ambiente, preservando recursos naturais. Além disso, ele ressalta que embora o investimento deva ser alto no momento, o retorno disso à sociedade será maior: “Para cada R$ 1 que se deixa de investir em saneamento básico, estima-se que se percam R$ 10 em outras áreas, principalmente na saúde. Por isso o novo marco, com uma proposta de universalização, é tão importante”.
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