O final de 2017 foi marcado pela redução da Selic, taxa de juros de referência do País, para o menor patamar da história. Foram dez cortes consecutivos até o Banco Central fixar os juros básicos em 7% ao ano. Sabe-se, porém, que ainda há uma grande diferença entre a taxa Selic e os juros cobrados nos empréstimos aos consumidores. De modo que fica a pergunta: quem deve aos bancos consegue tirar vantagens das reduções de juros?
O professor Fernando Botelho (Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP) diz que o consumidor pode ser favorecido, na medida em que consegue trocar uma dívida que tem juros muito altos por outra cujos juros são mais baixos. Porém, deve prestar bastante atenção se sobre a operação não incidem outros encargos ou despesas que eventualmente possam torná-la desvantajosa.
A boa notícia, segundo ele, é de que a queda na Selic já tem reflexos no tocante ao crédito para o consumidor, na forma de juros menores. Há também previsão de portabilidade para outras linhas de crédito, como financiamentos habitacionais e empréstimos consignados.
Para o professor da FEA, 2018 ainda será um ano de muita cautela no mercado, uma vez que a incerteza permanece rondando a economia brasileira, um cenário em que se aliam as eleições presidenciais e a questão da reforma da Previdência. Tudo isso, na visão de Botelho, deve tornar o mercado bastante nervoso. O momento é de risco.