Qual a importância de novas tecnologias no estudo das galáxias?

Catarina Aydar diz que o telescópio James Webb permitirá a observação de objetos astronômicos com muito mais resolução e com um alcance maior do que os atuais telescópios

 06/01/2022 - Publicado há 2 anos
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O James Webb é visto como o sucessor do Hubble, até então o telescópio mais potente da Nasa – Foto: Razorien Eve/Flickr

 

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O telescópio James Webb foi lançado no dia 25 de dezembro do ano passado. O lançamento aconteceu a partir de uma base da Agência Espacial Europeia (ESA), na Guiana Francesa. O telescópio foi lançado através do foguete Ariane 5, da empresa europeia Arianespace.

O James Webb é o mais novo telescópio espacial da Nasa. Seu desenvolvimento começou em 1996 e seu lançamento foi adiado por anos. Ao todo, US$ 9,7 bilhões já foram investidos no projeto.

O telescópio possui um espelho que pode superar seis metros, composto de 18 segmentos hexagonais revestidos por ouro. Esse tamanho, que se aproxima dos maiores telescópios em terra, permitirá que se observem objetos astronômicos com maior resolução do que é possível no momento.

O telescópio é visto como o sucessor do Hubble, até então o telescópio mais potente da Nasa. Ainda assim, o James Webb não substituirá o telescópio anterior por completo. Os dois telescópios operam de formas diferentes e, enquanto o Hubble estiver operacional, devem trabalhar de forma complementar.

O que será observado

Catarina Aydar – Foto: Sites USP/Astrominas

Catarina Aydar, doutoranda no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo, que tem uma pesquisa envolvendo o telescópio aprovada pela Nasa, comentou sobre os principais temas que serão estudados através do James Webb. “Tem a parte do que eu estudo, que são as galáxias mais distantes, portanto objetos que se formaram no comecinho do Universo. Tem também um foco bem forte para exoplanetas, ou seja, planetas que estão fora do sistema solar e a caracterização das atmosferas para, de repente, ver se em alguns deles poderia habitar vida como a gente conhece atualmente, e também um estudo mais detalhado de objetos que já foram observados com outros telescópios, mas que esse vai trazer uma resolução inédita”, conta a pesquisadora.

Estrada sinuosa

Mas não é só animação que acompanha o lançamento do telescópio. Isso porque, até que possa ser utilizado para pesquisas ao redor do mundo, ele deve percorrer 1,5 milhão de quilômetros até alcançar o Ponto de Lagrange L2, local onde as atrações gravitacionais exercidas pelo Sol e pela Terra facilitarão para que o telescópio fique no lugar.

Ao contrário do Hubble, o James Webb não orbitará a Terra, mas o Sol. Sua localização, no Ponto de Lagrange L2, permitirá que o telescópio permaneça sempre alinhado com a Terra.

Após lançado, o James Webb passa por uma série de etapas que garantirão que chegue ao local designado, próximo ao fim do primeiro mês desde o lançamento, e se torne plenamente operacional por volta do sexto mês.

É possível acompanhar o telescópio em tempo real através deste link.


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