O colunista Guilherme Wisnik escolheu como tema de seu comentário semanal o conceito de espaço público, por acreditar que o Brasil e o mundo vivem hoje um momento em que se pensa num resgate dessa questão. É o que podemos constatar ao nos depararmos, por exemplo, com manifestações sociais e práticas ativistas, as quais refletem o desejo de transformar um lugar por meio de seu uso. E aqui Wisnik cita como exemplo um local tão inóspito como o Minhocão.
Afinal, pergunta ele, que espaço público é esse que aparece como objeto de desejo da população? De acordo com o colunista, o Brasil é um país onde a tradição do espaço é praticamente inexistente, e um sintoma claro disso – argumenta Wisnik – é a constante privatização dos espaços públicos da cidade. Hoje, no entanto, há um movimento na direção contrária.
Segundo Wisnik, o espaço público é regido por um conceito, que é o de conflito social, pois uma característica da própria sociedade é ser conflituosa. “Poder ter espaços de respiro na cidade, onde o convívio democrático, o acesso democrático a esses lugares, permita que uma certa dimensão conflitiva apareça, é crucial e importante”, diz ele, “porque, de alguma maneira, dá vazão a experiências sociais, ao invés de encobri-las”.