A 27ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas será realizada na cidade do Cairo, Egito, de 7 a 18 de novembro de 2022. Nela serão discutidas metas para a redução das emissões de gases de efeito estufa, bem como as consequências das mudanças climáticas no mundo todo. Pedro Luiz Côrtes, professor da Escola de Comunicações e Artes e titular do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, analisa as expectativas para esta edição da conferência.
A COP deste ano pode encontrar desafios. Côrtes comenta que o cenário de pressão criado pela possibilidade de a União Europeia não conseguir cumprir as metas climáticas estipuladas na edição anterior, de redução de emissões de gases de efeito estufa, é intensificado pela guerra na Ucrânia: “É possível que a Europa encontre dificuldades para cumprir as metas para os próximos anos”.
O contexto mencionado por ele envolve a questão do suprimento de gás natural e o uso de outros combustíveis fósseis. Com os cortes da Rússia, a Alemanha tem considerado reativar usinas termelétricas, movidas a óleo combustível ou carvão, fontes mais intensas na geração de gases de efeito estufa. Ano passado também houve um movimento muito intenso dentro da União Europeia, após a última convenção do clima, para a inclusão do gás natural na taxonomia de fontes de energia consideradas “ambientalmente amigáveis”.
Côrtes explica que essa pressão dos países europeus ocorreu após diversos governos entenderem que seria necessário adotar o gás natural como “combustível de transição”, para a estipulação de uma energia limpa. O mesmo pensamento é aplicado para a perspectiva ou reconsideração sobre a volta da energia nuclear, na tentativa de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, que apresentam o problema de segurança na sua operação e no armazenamento do combustível.
Total alerta
Aqui no Brasil, ainda que o tema não tenha entrado no radar da cobertura jornalística brasileira, devido às eleições de 2022, Côrtes diz que ele deve ganhar uma atenção especial. Alguns dos motivos envolvem as alterações climáticas muito severas no País, como as chuvas que afetaram as cidades de Petrópolis e de Angra dos Reis.
No âmbito mundial, temos recordes de temperatura na Europa, América do Norte e Ásia: “Enfim, os efeitos das mudanças climáticas têm sido verificados em diversas áreas do planeta. Isso por si só já merecia uma discussão mais profunda”, adiciona ele.
Jornal da USP no Ar
Jornal da USP no Ar no ar veiculado pela Rede USP de Rádio, de segunda a sexta-feira: 1ª edição das 7h30 às 9h, com apresentação de Roxane Ré, e demais edições às 14h, 15h, 16h40 e às 18h. Em Ribeirão Preto, a edição regional vai ao ar das 12 às 12h30, com apresentação de Mel Vieira e Ferraz Junior. Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo do Jornal da USP no celular.