O Estado de São Paulo foi pioneiro ao lançar o Plano Estratégico de Monitoramento e Avaliação do Lixo no Mar do Estado de São Paulo (PEMALM), primeiro documento desse tipo no Brasil. A pesquisa faz parte de uma iniciativa da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente junto com a USP, por meio do Instituto Oceanográfico (IO), da Cátedra Unesco para a Sustentabilidade do Oceano e do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP).
Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico e coordenador da cátedra, comenta que o estudo faz parte da tentativa de padronização das análises de lixo no oceano. “É um processo de governança, de inclusão dos atores sociais dos mais variados setores, para que a gente consiga construir um entendimento muito claro e colaborativo de indicadores de geração de lixo”, afirma.
O objetivo é fazer com que as informações levantadas pelo plano sejam claras, de modo que possam auxiliar os tomadores de decisão na tomada e avaliação de políticas públicas.
De acordo com Turra, é preciso considerar a origem do lixo e o trajeto que ele percorreu até o mar. Existem duas origens principais: as atividades realizadas no continente e as realizadas no próprio mar, como os dejetos de navios. “O elemento que dá conexão a esses dois ambientes são os rios”, afirma o professor. “Temos peculiaridades em cada local que precisam ser conhecidas, porque as generalizações fazem com que a gente perca a oportunidade de atacar esse problema de forma cirúrgica”, completa.
Há ainda a perspectiva de que seja lançado, em junho, um plano nacional para o combate ao lixo marinho na década, em conformidade com a agenda mundial sobre o tema. “Além de ser um problema importante e relevante para o Brasil, a gente está em sintonia e apoiando reflexões mundiais sobre essa temática, porque o lixo no mar é um exemplo muito claro de problema global”, afirma Turra.
A parceria de instituições da USP com órgãos do governo traz uma visão integrada e interdisciplinar dos temas importantes para a sociedade na busca por produzir informações para construir um diálogo com os tomadores de decisão.
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