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Na última quarta-feira ( 20), a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal julgou procedente o envio da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer para a Câmara. Em setembro, a Procuradoria-Geral da República acusou o presidente de obstrução de Justiça e participação em organização criminosa.
Para o professor André Singer, “a decisão do Supremo era previsível”. Como lembra o cientista político, a principal responsabilidade do STF seria julgar a denúncia apenas no caso de a Câmara autorizar a continuidade do processo.
Entretanto, na opinião do analista, existem dois paradoxos a serem analisados. O primeiro é o fato de que a denúncia da PRG desenvolve a ideia de que se formou uma organização criminosa, envolvendo o presidente, em meados de 2006. E, como a Constituição diz que o presidente não pode ser processado por ações anteriores ao exercício do mandato, “isso poderia ajudar a blindar um processo com acusações dessa gravidade”, afirma. De acordo com Singer, o segundo paradoxo é que a denúncia será possivelmente barrada na Câmara, já que, ao que tudo indica, a maioria parlamentar prefere proteger Temer, apesar das acusações.