A história do livro – ou dos suportes de leitura – está marcada por pelo menos três momentos de profunda ruptura ou revoluções, que, entretanto, não se deram de forma abrupta, mas muito lentamente, ao longo de séculos. Esse foi o tema explorado pela professora Marisa Midori em sua coluna, “Bibliomania”, que foi ao ar no dia 9 de junho pela Rádio USP (93,7 MHz).
A primeira dessas revoluções se deu com a substituição dos volumes – como são chamados os pergaminhos enrolados, que já tinham tomado o lugar do papiro, séculos antes – pelos códices. Os códices surgiram nos primeiros séculos cristãos, mas só superaram em número os volumes por volta do século 5, no contexto do Império Romano e da retração das bibliotecas para os mosteiros, afirmou Marisa.
No século 9 – época de Carlos Magno – deu-se a segunda revolução na prática da leitura. Foi naquela época que os escribas passaram a escrever os textos em letras minúsculas e com espaços entre as palavras.
Já no século 15, o alemão Johannes Gutenberg, com a invenção da prensa de tipos móveis, deu origem à terceira revolução citada por Marisa. “Agora os livros podiam ser reproduzidos às centenas e eram idênticos, não passavam pelo sistema dos copistas”, descreve a professora. A revolução de Gutenberg – assim como as anteriores – também se consolidará muito lentamente: é só com a Revolução Industrial, no século 19, que a produção do livro se massifica. “É quando surgem as brochuras e os editores de livros.”
Ouça no link acima a íntegra da coluna da professora Marisa Midori.