
A melatonina, substância usada na regulação do ciclo do sono, poderá ser usada para formulação de suplementos alimentares. Agora, ela poderá ser vendida sem receita médica nas farmácias. Quem aprovou a utilização foi a Diretoria Colegiada (Dicol) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Produzida na glândula pineal, próxima ao cérebro, a melatonina é um hormônio produzido à noite, na ausência de luz, sinalizando ao organismo que a noite e o momento de repouso chegaram. A perda de produção pode ser causada pelo envelhecimento, por tumores na região, medicações para regular a pressão e exposição de luz. “É ruim para o metabolismo”, afirma Rosa Hasan, coordenadora do Ambulatório do Sono do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Com a decisão da Anvisa, o hormônio passa a ser destinado exclusivamente a pessoas com idade igual ou maior que 19 anos, para o consumo diário máximo de 0,21 mg. Gestantes, lactantes, crianças e pessoas envolvidas em atividades que requerem atenção constante não deverão consumir a suplementação. “A preocupação é que a pessoa faça o uso errado da melatonina”, aponta Rosa, lembrando de erros como o uso da melatonina durante o dia ou muito tardiamente, que podem “confundir o cérebro”.
“A melatonina não apresenta risco grande à saúde, ela não inibe a produção endógena por estar sendo ingerida externamente”, completa, citando, como exemplo, países dos Estados Unidos e Europa que a utilizam como suplementação alimentar. Com doses menores e horários bem regrados, o hormônio serve também para readequação do sono, apesar de não haver indícios de efetividade para casos de insônia crônica. A indicação do médico ainda é importante.
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